da assessoria de imprensa da prefeitura de Sorocaba
Trabalho realizado pela Sala de Recursos Multifuncionais auxilia no aprendizado do aluno.
Há cinco minutos para o início do atendimento na Sala de Recursos Multifuncionais da Escola Municipal “Leonor Pinto Tomaz”, a pequena Julia Ariadny Sanches Alcalde, 7 anos, chega toda falante, guiada pela mãe, e cumprimentando a todos por onde passa.
Ao entrar na sala ganha o abraço da professora e, ao perceber que há visitas, segue para a mesa onde está a máquina de escrever em braille. Deficiente visual desde que nasceu, pede uma folha de sulfite e logo forma uma frase para mostrar toda sua habilidade, “A Júlia é linda”, foi a primeira dentre várias outras escritas durante o atendimento.
Júlia é uma das 370 crianças atendidas nas 31 salas de Recursos Multifuncionais mantidas pela Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria da Educação (Sedu).
Diagnosticada com microftalmia, a menina não tem nenhuma porcentagem de visão. A mãe, Juliana Ribeiro Sanches, 32 anos, conta que o primeiro diagnóstico seria por ter rubéola durante a gestação. “Descartamos essa hipótese quando tive minha segunda filha, a Maria Lúcia, hoje com cinco anos e com a mesma deficiência da Júlia”, explica.
Júlia não para de falar por um minuto sequer. Bastante ativa convida as pessoas a sua volta para uma conversa a faz muitas perguntas. “Atenção, estão gravando, vou explicar como é que é esse jogo com os números” e assim realiza todo o exercício de matemática.
A menina conta ainda que gosta muito de ouvir rádio e adora brincar de ser locutora: durante a conversa fala o nome de todos os amiguinhos da escola. “Gosto muito de ir à escola e brincar com meus amigos”, conta.
De acordo com levantamento interno realizado pela Seção de Apoio à Educação Especial, atualmente, há nove estudantes cegos matriculados na rede e outros dez com baixa visão
Juliana destaca o atendimento oferecido as suas filhas na Sala de Recursos. “O trabalho é muito bom, pois a Júlia é muito bem atendida e, graças a isso, ela já está alfabetizada e bastante desenvolvida e a Maria segue os mesmos passos”, explica. A mãe conta ainda que, apesar da falta de visão, as meninas levam uma vida normal e têm muitas amizades na escola. Devido a idade, as irmãs são atendidas em dias diferentes.
Direito a educação
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) assegura às pessoas com deficiência o acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, garantindo o acesso, permanência e aprendizagem no ensino regular. Em Sorocaba o atendimento é realizado desde o ano de 2010.
Julia foi alfabetizada no AEE e está no 2º ano do ensino Fundamental. A menina frequenta uma sala regular da Escola Municipal “Sorocaba Leste”, na Vila Assis.
Uma vez por semana Júlia passa por dois atendimentos com a professora Fernanda Aparecida da Silva Pereira, na Sala de Recursos Multifuncionais da Escola Municipal “Leonor Pinto Thomaz”. Fernanda explica que trabalha em parceria com a professora do ensino regular. “Em sala ela escreve tudo em braile. Faço todo o acompanhamento e também a tradução”, comenta.
A professora explica que atende a menina desde o início e desenvolveu todo o trabalho de percepção tátil com diferentes texturas para estimular o tato e audição. A cada quinze dias Fernanda mantém um encontro com os professores dos alunos atendidos. “Dessa forma posso dar orientações, bem como ver quais são as dificuldades encontradas pela criança”, disse contando que atende, também, crianças com deficiência intelectual, física e auditiva. São treze alunos, alguns da própria escola. “Aqui temos uma sala com toda a estrutura necessária para atender o desenvolvimento dessas crianças”, explica.
As atividades são desenvolvidas em conjunto com os pais, criança e escola e têm a proposta de focar na conscientização e sensibilização. Os professores do AEE possuem formação complementar na área da educação especial.