da assessoria de imprensa da prefeitura de Sorocaba
O mau tempo não atrapalhou e o Desfile Tropeiro de Sorocaba, que tradicionalmente encerra as festividades da Semana do Tropeiro, foi um sucesso, com uma participação expressiva dos sorocabanos.
Por conta da chuva que caiu durante toda a noite e fez com que alguns muladeiros, integrantes da tropeada Itararé-Sorocaba, que na tarde do sábado (30) chegou a cidade, voltassem para casa, cerca de 80 ficaram para desfilar. Juntaram-se a eles outras centenas e já no trecho central do roteiro tropeiro sorocabano, a coordenação do evento computava mais de 400 participantes.
E este último dia de celebração da 48ª Semana do tropeiro não poderia ter sido mais satisfatório, segundo o coordenador da festa pela Secretaria da Cultura (Secult), Osmir Antonio da Silva. “O desfile já é uma tradição e precisa ser mantido, seja com poucos ou com muitos participantes. É muito gratificante ver que a população, a cada nova edição, abraça a ideia e vem participar, mantendo a celebração da nossa cultura”, disse. A Semana do Tropeiro 2015 promoveu atividades, também, em museus, nas bibliotecas municipais e no Casarão de Brigadeiro Tobias.
Saudação
Durante o trajeto percorrido a partir do Parque Natural “Chico Mendes”, no Alto da Boa Vista, famílias inteiras se reuniram para saudar os participantes do desfile. Clóvis Nogueira e a esposa, Roseli Nogueira, recém chegados de um passeio a Curitiba, enfrentaram a fina chuva que caía para fotografar a tropa.
Apaixonados pela vida rural, eles contaram ter descoberto muito sobre tropeirismo quando da viagem ao Paraná onde, numa viagem turística de trem, a vida desses pioneiros foi contada: “Lá eles falaram sobre Sorocaba e a importância do tropeiro para o desenvolvimento do Brasil”, acrescentou.
Embaixo de uma marquise, Viviana e Emília Rigo continham Carol, Isabelle e Vitória que já haviam acompanhado a passagem do grupo pela Avenida Dom Aguirre, mas insistiram em ver de novo animais montados por homens, mulheres e crianças de todas as idades. Vindas de Brigadeiro Tobias, as duas mulheres foram enfáticas em dizer que esta é um movimento que deve ser celebrado todos os anos. “É muito importante que as crianças vejam isso, que participem e se entusiasmem. É nossa história”, comentou Viviana.
A gastronomia
A história das tropas vindas de Viamão, no Rio Grande do Sul, a partir da segunda metade do século XVIII, e que entravam em São Paulo por Itararé, é pontuada por uma gastronomia bem própria. Por conta do tempo nos caminhos e a necessidade de conservação dos alimentos, o feijão carregado de linguiça, torresmo e farinha, acabou por tornar-se o prato básico desse grupo, atribuindo-lhe o nome de feijão tropeiro.
Repetindo o cardápio em todos os pousos, a tropeada também foi recepcionada com um jantar típico no sábado (30), no Recinto Pedro Marcelo Santos. A modernidade coloca uma salada de folhas, vinagrete, arroz e adensa o prato com a famosa costela de chão para celebrar a festa tropeira.
E como toda festa que se preza, música caipira e danças típicas formam a sobremesa perfeita para marcar a manutenção e valorização da cultura e da história do povo sorocabano.