da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba
A Biblioteca Infantil “Renato Sêneca de Sá Fleury” sediará a partir desta terça-feira (24) uma série de atividades em comemoração ao Dia Nacional do Circo, lembrado no dia 27 de março. Promovida pela Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), em parceria com a Academia Sorocabana de Letras (ASL), a programação é gratuita e terá exposição, espetáculo circense, contação de história e homenagens a artistas sorocabanos.
A partir desta terça-feira (24), das 8h às 17h, as pessoas poderão conferir a Mostra “O Circo”, que reunirá fotos, cartazes e objetos que contam um pouco da história do Circo no Brasil, com destaque para o Circo em Sorocaba, e que fazem parte do acervo da Biblioteca Infantil. O objetivo é informar ao público infanto-juvenil sobre a importância do circo. A exposição poderá ser vista até o dia 31 de março.
Na quarta-feira (24), às 14h, a Trupe Koskowisck, formada por Alexandre Malhone e Geisa Celeste, apresentará um espetáculo circense para as crianças.
Já na quinta e sexta-feira (dias 25 e 26) as crianças poderão ouvir a história “O Circo Cheio de Lua”, de Memélia de Carvalho, que conta as aventuras de uma lua solitária e sonhadora que ganha vida nova ao ser convidada a participar de um circo. A contação de histórias acontecerá às 10h e às 15h.
Por último, na sexta-feira (27), às 19h, haverá uma reunião especial da Academia Sorocabana de Letras em homenagem aos artistas circenses. Os acadêmicos farão uma homenagem a Guaraciaba Malhone, Hudi Rocha, Iracema Cavalcante, Nair Osório e Edeméia Rocha – artistas circenses que muito contribuíram e ainda contribuem para a arte e a cultura sorocabana.
Todos os eventos são gratuitos e abertos aos interessados. A Biblioteca Infantil está localizada na Rua da Penha, 673, no Centro. Mais informações pelo telefone (15) 3231.5723.
História do Circo em Sorocaba
Segundo Aluísio de Almeida, o circo surgiu em Sorocaba com a apresentação de grupos de adestradores de montarias - os primitivos Circos de Cavalinhos - que exibiam números equestres em pequenas arenas cercadas por piquetes, sem cobertura.
As Feiras de Muares atraíram circos e artistas para Sorocaba, com números de destreza sobre cavalos, ilusionismo, apresentações musicais e cômicas.
Em maio de 1862, o poeta Fagundes Varela casou-se em Sorocaba com Alice Guilhermina Lowande, filha do dono do circo Lowande, que tinha vindo de São Paulo para Sorocaba. O pai do escritor Júlio Ribeiro, que residiu em Sorocaba, era de família circense.
No final do século XIX e início do século XX, a cidade recebeu a visita de importantes artistas e circos. Estes se instalavam no Largo do Rosário (atual Praça “Dr. Ferreira Braga”) e junto à ponte, às margens do Rio Sorocaba. É deste período o registro da visita de circos internacionais, incluindo, também, Galdino Pinto, o pai do famoso palhaço Piolin, que também apresentou-se em Sorocaba por diversas vezes.
No início dos anos 20, um grupo de sorocabanos (Roque de Camargo, Gabriel Amêndola, Alfredo Rodrigues e Antônio Francisco Gaspar) apresentava-se em pequenos circos, erguidos com o auxílio de doações.
As bandas da cidade também acompanhavam os circos sorocabanos e os de fora. O maestro Fernando Luiz Grohman adaptou uma composição musical, que intitulou como “O BUÁ”, que se tornou peça obrigatória em todas as apresentações circenses.
Era comum as bilheterias serem abertas às três da madrugada, para venderem ingressos aos operários das indústrias têxteis, antes que estes entrassem em serviço, garantindo seus lugares na hora da saída do trabalho.
Sorocaba conta com famílias circenses importantes, dentre as quais se destacam a Família Rocha (do Circo Novo Mundo e Circo Luísa), Família de Pedro Osório (Palhaço Nhoc-Nhoc e Índio Ordep, proprietário do Circo Ordep), Família Malhone (de Antônio Malhone, o palhaço Pirulito, proprietário do Circo Guaraciaba), Família Cavalcanti (de Abdísio Cavalcanti, proprietário do Circo Tropeiro), Família Polydoro (descendentes do palhaço Polydoro, o primeiro palhaço cantor do Brasil), Família Corrêa (do palhaço Aleixo Remelexo), Família Carvalho (do palhaço Tim Davis, atualmente residindo no Japão), e os artistas Nilton Nicanor Cheles (mágico), Octacílio Ribeiro (palhaço Pinduquinha), João Salvador (do Circo Chichinelo), dentre outros.
A partir da década de 1970, mesmo adaptando-se aos interesses do grande público e levando apresentações populares de cururu, shows de calouro e comédias rápidas, os circos em Sorocaba começam a sofrer uma decadência em virtude da falta de espaços gratuitos para a montagem das tendas, segurança e de recursos.
Os artistas sorocabanos não mais continuaram em circo, com exceção dos Irmãos Mello que ainda atuam em lonas próprias. Contudo, graças ao apoio da Prefeitura de Sorocaba, por meio do projeto Semana do Circo, realizado por mais de 14 anos na Biblioteca Infantil, com apresentação de artistas veteranos e das leis de incentivo à cultura, muitos artistas continuam levando espetáculos circenses, conquistando prêmios e divulgando sua arte em nível nacional e internacional.
O circo em Sorocaba já rendeu produções em livro, vídeos, documentários e muito material junto à imprensa, provando que a arte circense continua viva e atuante.