Cruzeiro do Sul
A expansão dos serviços oferecidos pelos canais de comunicação da Prefeitura com o munícipe está prevista para o primeiro trimestre do ano que vem. Segundo o secretário de Planejamento e Gestão, Rubens Hungria de Lara, com custo médio de R$ 173 mil por ano, um software para elaboração de um site específico já foi adquirido pelo município que também planeja ampliar o número de servidores no setor de 12 para 50 funcionários. Emissão de certidões, inscrições em cursos e atividades oferecidas pelo município, além da reserva de locais públicos para a realização de eventos são alguns dos novos serviços que devem ser oferecidos com a ampliação do sistema.
Com o aprimoramento, a expectativa do secretário é que o número de consultas mensais, que fica próximo de 4 mil, triplique. Atualmente, diz Lara, o serviço não atende satisfatoriamente as necessidades da população e prova disso é a baixa procura por ele. O sistema 156, no primeiro semestre do ano, apresentou queda de 6,36% no número de atendimentos, em comparação com o mesmo período do ano passado.
"Hoje, não estamos organizados para responder de maneira rápida as demandas que nos chegam pelo sistema 156. Hoje, o sistema funciona principalmente como coleta de informações", reconhece o secretário. A atenção especial ao novo site do serviço 156 se justifica pela agilidade e economia oferecidas pela grande rede. No ambiente de rede, adianta o secretário, o cidadão poderá ter acesso a um número maior de serviços. "Cerca de 80% das demandas podem ser resolvidas na internet, sem a necessidade da intervenção direta de um funcionário", afirma ele. O sistema também será desenvolvido para internet móvel e poderá ser acessado de smartphones e tablets. Como o sistema ainda está em desenvolvimento, o secretário evita enumerar todas as mudanças. Lara revela que as inovações estudadas se baseiam no sistema de reclamações e informações mantido pela prefeitura de Nova York.
Demora em agir
A descrença da população no serviço 156 transparece na opção de alguns sorocabanos em resolver problemas que deveriam ser levados ao sistema do 156 sozinhos. A demora dos proprietários em limpar os terrenos na avenida Riusaku Kanizawa levou o comerciante Roque Souza, 45, a cortar o mato de dois imóveis que ficam próximos a seu estabelecimento. "Eu mesmo corto. Malandro pode se esconder aí e entrar na casa dos moradores depois que escurecer. Eu mesmo já tive esse tipo de problema de assalto na loja", lamenta. Ele diz já ter feito denúncias a fiscais da Prefeitura que passaram pela avenida, mas nada foi feito. "Não vou ficar esperando acontecer alguma coisa de novo. Estou acostumado já a lidar com isso, tenho minha foice e, em meia hora, eu baixo o mato de lá."
Limpeza de áreas é uma das principais demandas registradas no sistema 156. Ser vizinho de um terreno baldio tomado pelo mato demanda mais cuidado com a limpeza. É o que acontece com o técnico instalador Murilo Sampaio, 26, que mudou-se há três meses para uma travessa da avenida Riusaku Kanizawa, no Jardim Califórnia.
Na sua rua são dois terrenos nessas condições e o jovem afirma que redobra os cuidados com a higiene de sua casa. "Sempre encontramos aranha por aqui. Rato não pois eles vêm atrás de sujeira e sempre tomamos o cuidado de deixar tudo bem limpo", justifica. Morador da mesma rua, um porteiro que não quis se identificar, afirmou que, além da questão de segurança, com a chegada do verão aumenta significativamente o número de mosquitos e pernilongos na rua. "Eles vêm por causa desses terrenos. Nunca fiz nenhuma reclamação na Prefeitura até porque não sei quais são os caminhos para isso e não quero me indispor com vizinhos", avisa.
Na rua Fernando Luiz Grohman, os vizinhos sofrem com dois terrenos baldios. Eles contam que o proprietário manda que o local seja limpo pelo menos uma vez por ano mas, segundo eles, não é suficiente. Uma moradora da rua que não quis se identificar afirma que o maior problema é a sujeira que fica no local. "Eu coloco o lixo da minha casa na rua e eles jogam tudo no terreno para poder levar o saco. Minha empregada cansou de pegar nosso lixo no terreno do lado, é muita falta de educação", lamenta.
Para o funcionário público Daivid Campos, 36, que mora no local há dois anos, a presença de pessoas estranhas que usam os terrenos para fazer uso de drogas é o principal problema trazido pelos terrenos baldios. "Os tranqueirinhas ficam escondidos lá, é um fator de insegurança para nós, mas eu, pessoalmente, nunca tive nenhum problema com eles", afirmou.