Mais uma noite difícil para quem ama o São Bento. Outra derrota em casa e fica cada vez mais claro de que a luta, esse ano, será para não cair.
Chegamos à última rodada do primeiro turno com o pior ataque da competição, ao lado da Ferroviária, com apenas 6 gols marcados em 8 partidas. Pior, levamos o dobro disso: são 12 gols contra.
Muita coisa aconteceu e tenho muito a comentar. Mas, para não ficar cansativo e confuso, vamos por partes.
Quero começar analisando o pedido de demissão do técnico Serrão.
O aproveitamento de Serrão no comando do azulão foi pífio: menos de 30% dos pontos disputados.
Confesso que me entusiasmei com a chegada do nosso ex-comandante. Currículo recente vitorioso, promessa de bons contatos com clubes, o que facilitariam as negociações.
Lembro que Serrão ficou no “quase” por mais de uma semana. Motivo: a diretoria queria mostrar a real situação do clube para o técnico.
Ele viu e topou. Veja trecho de matéria publicada no jornal Bom Dia sobre a apresentação do técnico: “Como se especulava desde antes da demissão de Karmino Colombini, José Carlos Serrão é o novo técnico do São Bento. Ele foi apresentado oficialmente à imprensa na tarde desta terça-feira e já assume o comando da equipe. Ciente da crise, Serrão (sabe) dos problemas financeiros e da falta de estrutura do São Bento. Mas, nada disso impede o novo técnico do Bentão de sonhar. Ele chega com a promessa de colocar novamente o São Bento na elite do futebol paulista. Não tenho apenas a mentalidade de conquistar o acesso, mas também de ser campeão, discursa.”
Isso foi no dia 25 de outubro de 2010.
Antes da estreia o técnico se mostrava confiante, tranquilo e afirmava que o elenco, no papel, não era inferior a nenhum outro da A2.
Vieram os primeiros resultados negativos e o discurso começou a mudar. Já no dérbi o técnico dava sinais de que não queria se responsabilizar pelo desempenho da equipe. Hoje ele se desresponsabilizou de vez.
Mas quem esteve no CIC e conhece o elenco que o São Bento tem a disposição, sabe que as coisas poderiam ser diferentes.
A começar pela escalação: Serrão preferiu continuar insistindo com Tiago Souza improvisado pela esquerda. Enquanto isso, deixou Índio, lateral-esquerdo de ofício no banco.
Armou o meio de campo com Ronaldo, Khazu e Steve. Todos volantes.
Em boa parte do jogo recuou Patrick, atacante, para o meio de campo e deixou Lucas Biseli sozinho no ataque. Patrick não é meia e não criou. Biseli sozinho não conseguiu assustar a zaga do XV.
Então vieram as substituições. No intervalo, sacou o zagueiro Levi, que estava em uma noite pouco inspirada e colocou Edinho Recife, atacante. Talvez pensando que o problema era a falta de companhia para Lucas Biseli. Não era.
O problema era a criação. Tanto que, faltando poucos minutos para o apito final, ele colocou Índio em campo e o lateral-esquerdo fez o jogo pegar fogo, fazendo com que o time criasse oportunidades que quase levaram o São Bento ao empate, mesmo com apenas 9 jogadores em campo.
Resumindo: o time jogou com três zagueiros e três volantes. Em casa.
Tivesse começado com Tiago Souza na direita (sua posição de ofício), Índio na esquerda e Rodrigo Dias no meio (posição na qual ele já jogou e mostrou bom desempenho), as coisas poderiam ter sido diferentes.
Mas o que aconteceu todos sabem.