da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba
Na medida em que avança o processo de globalização, acentua-se, também, a divisão internacional do trabalho com a atribuição aos países menos desenvolvidos das tarefas ligadas à manufatura de bens de consumo ou de produção e a concentração, nos Estados mais ricos e desenvolvidos da pesquisa avançada e da criação de novas tecnologias.
Dito assim, isso parece alguma coisa muito complicada. Não é. Se o leitor for adepto de caminhada e examinar a etiqueta com informações sobre os tênis de que se utiliza verá que, na maioria dos casos, eles são produzidos em países asiáticos: Vietnam, Camboja, Indonésia e, mais raramente, China.
Quando se fala nas pesquisas sobre os materiais empregados na confecção desses equipamentos esportivos, o desenvolvimento das características da sola e da entressola, as técnicas para garantir o amortecimento do impacto das pisadas e os mecanismos para equilibrá-las a conversa é outra. Tais questões são estudadas e testadas em laboratórios que, certamente, lá não se situam.
Sorocaba neste momento, através do seu nascente Parque Tecnológico, vem abrindo caminho nessa selva selvagem da divisão internacional do trabalho, firmando convênios com empresas e laboratórios para que aqui sejam desenvolvidos protótipos de novos produtos e serviços.
É nesse contexto que deve ser analisada a instalação no Município de uma nova unidade da ABB (antes conhecida como Brown Boveri) em Sorocaba.
As fontes de energia são uma condição indispensável ao desenvolvimento. O ser humano, como dizia o saudoso Joelmir Betting, é um animal energívoro. Mas os avanços conseguidos primeiro na Europa e a seguir ao redor do mundo a contar da Revolução Industrial têm tido como alicerce os chamados combustíveis fósseis, que produzem resultados rápidos e impressionantes mãos geram efeitos colaterais extremamente danosos. (A China, por esses dias, teve que suspender o funcionamento de alguns de seus centros de produção porque o material particulado em suspensão na atmosfera das grandes cidades vinha afetando seriamente as condições respiratórias da população.)
Em função disso, trabalha-se hoje em duas frentes para solucionar o problema de fontes energéticas que garantam a continuidade do crescimento econômico sem danos irreversíveis ao meio ambiente.
Uma delas é a busca de energias limpas – setor em que as possibilidades brasileiras são boas e muito melhores seriam se não fossem tão carentes de continuidade os estudos e pesquisas visando obter, da cana, da qual nos limitamos basicamente a extrair o açúcar e o etanol.
Não menos importante são os equipamentos e sistemas que visam maximizar o aproveitamento das fontes de energia tradicionais e finitas - a água, o carvão, o petróleo – melhor utilizando o potencial delas.
Esse vem sendo, cada vez mais, o foco da ABB, no plano internacional. A instalação de sua unidade em Sorocaba, além dos mil empregos diretos e indiretos que deve gerar, cria uma possibilidade concreta de que projetos de pesquisa do melhor aproveitamento da energia possam ser aqui realizados em parceria com o nosso Parque Tecnológico.
O Diário de Sorocaba, em sua edição de sexta-feira, enfocou corretamente a notícia de inauguração da nova unidade industrial, que pode gerar, no médio prazo, sobre o nosso parque fabril, impactos amplos e positivos ainda não suficientemente analisados.
*Artigo publicado pelo jornal Diário de Sorocaba em 2 de março de 2014