da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba
Vinte voluntários, três horas de trabalho e o resultado: 75 casais inscritos ao Casamento Comunitário de 2014.
A introdução ilustra a manhã deste sábado (22), no auditório da Secretaria de Desenvolvimento (Sedes), local que o Fundo Social de Solidariedade de Sorocaba (FSS) escolheu para receber e cadastrar os interessados em oficializar sua união, por meio de uma solenidade coletiva, marcada para o próximo dia 17 de maio.
A maioria das histórias dos inscritos converge para uma união estável de anos e o desejo de colocar isso no papel e na presença de Deus. É o caso de Ari Aparecido Rodrigues de Paula e Elisangela de Aquino Parisini que, juntos há dezesseis anos, construíram uma família composta por mais três filhos de 12, 10 e 6 anos.
"A gente sempre teve vontade de casar, mas a despesa com papelada e igreja é muito alta. Agora poderemos realizar esse desejo", conta Ari ao lado da mulher.
O casal, aliás, foi o primeiro a chegar na Sedes por volta das 6h; mesmo sabendo que a inscrição só começaria às 9h. "Fiquei com medo de perder a oportunidade. Estava muito ansiosa e não aguentaria esperar muito, por isso viemos cedinho", contou Elisangela que, em breve, poderá cumprir com todo ritual de oficialização da união.
Para Carla Oliveira e Franciellen Cardoso, a inscrição se traduz em dois momentos ímpares: elas vão realizar o sonho de legitimar sua união de quatro anos e, ao mesmo tempo, serão o primeiro casal homossexual a participar do Casamento Comunitário.
Lado a lado aguardando a chamada para entregar a documentação exigida para a inscrição, Carla conta que foi ela quem puxou Franciellen pelo braço, levando-a em direção ao casamento oficial.
"Ela nem sabia que ia acontecer. Corri atrás de tudo, vi os documentos e avisei que hoje viríamos para a inscrição", disse. Cientes do preconceito que, ainda, impera na sociedade brassileira, ambas disseram ter se sentido muito a vontade quando da chegada ao local.
A sensação foi a de que, ali, elas eram apenas mais um casal buscando realizar um sonho. "Ninguém olhou torto", assegurou Franciellen.
Entusiasmadas com o casamento, as duas queriam mesmo era saber se poderiam, assim como os demais casais, participar da solenidade religiosa - uma evangélica e uma católica, que ocorrerão mais para frente.
"Temos o apoio de nossas famílias, de nossos amigos, mas a gente sabe que é difícil", lamentou Carla ao saber que terão direito à participação apenas na benção ecumênica do dia 17 de maio.
"O importante é que vamos celebrar um compromisso, pois o nosso casamento já existe na nossa cumplicidade e respeito", declarou.
Garantindo direitos
Para a presidente do Fundo Social, Maria Inês Moron Pannunzio, a participação de casais homossexuais no Casamento Comunitário – a indicação é de que seriam quatro no total, está baseada no cumprimento da lei e na garantia dos direitos dessas pessoas.
"Se o Supremo Tribunal Federal legitima a união, quem sou eu para dizer que eles não podem participar. Longe disso, todos são bem vindos e não faremos distinção", enfatizou.
Maria Inês, que até o ano passado, quando fez o casamento pela primeira vez, tinha dúvidas quanto a sua realização, disse que este ano trabalhará ainda mais para que seja um evento de alegria e de consciência.
Neste sentido, repetindo a fórmula de 2013, programou um curso preparatório para o dia 29 de março, onde os noivos discutirão acerca do significado do casamento, refletindo sobre o compromisso da união em todos os seus aspectos. O curso é obrigatório aos inscritos e acontecerá no Salão Verde da unidade Seminário da Prefeitura, das 14h às 17h30.