da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba
Fotos na Agência Sorocaba de Notícias
Esta talvez seja a primeira vez que muitos deles vão conferir uma apresentação teatral. A peça, encenada pela Cia. Usina Paulistana Artes, tem como propósito a conscientização quanto à desigualdade social.
Uma oportunidade única para 19 moradores de rua atendidos no Centro POP (Centro de Referência para a População em Situação de Rua) será oferecida gratuitamente pela Prefeitura de Sorocaba. A atividade ocorrerá nesta sexta-feira (9), das 9h às 11h, no Teatro Municipal Teotônio Vilela (TMTV), no Alto da Boa Vista, quando essas pessoas irão conferir a peça "Cidadão de Papel – levando cidadania através do teatro", encenada pela Cia. Usina Paulistana de Artes. Além deles, aproximadamente 370 adolescentes de escolas municipais e das unidades do Território Jovem também participarão da atividade nesta quinta-feira e sexta-feira (dias 8 e 9), pela manhã e à noite.
De acordo com Carlos Más, coordenador das ações que envolvem a população de rua da Secretaria da Cidadania (Secid), a ideia de convidá-los surgiu principalmente porque a maioria dessa população de rua que frequenta o Centro POP é formada por jovens. "A ideia foi de incluí-los nas atividades culturais que promovemos; mais um modo de reintegrá-los à sociedade", explicou.
Aprovado pelo Proac – ICMS (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo) e patrocinado pela empresa Votorantim, o espetáculo é baseado na obra do jornalista Gilberto Dimenstein e foi escrito para o público jovem com o intuito de refletir e debater sobre cidadania, identidade, profissionalização, sexualidade, entre outros temas. O espetáculo tem 75 minutos de duração. Em seguida, haverá um bate-papo sobre o assunto entre elenco e plateia.
Participarão alunos das EMs "Leonor Pinto Thomaz", "Achilles de Almeida", "Flávio de Souza Nogueira" e "Getúlio Vargas", além de jovens frequentadores das unidades do Território Jovem do Jardim Ipiranga, Maria Eugênia, Nova Esperança, Cajuru e Centro Comunitário do Iporanga 2.
Desigualdade social
Escrita por Celso Cruz e baseada na obra do jornalista Gilberto Dimenstein, a peça tem como objetivo a conscientização quanto à desigualdade social. Ao som do rap e do pop, com a linguagem dos quadrinhos e do grafite, trata-se de um espetáculo de ritmos, adaptado aos adolescentes.
O enredo conta a história de Hermano, o Mano, um garoto de classe média que vai procurar emprego no centro da cidade, lugar que ele não conhecia e onde encontra o Pedra, um adolescente também de 17 anos, mas abandonado nas ruas e viciado em crack. Desta relação nasce uma nova consciência no rapaz, que vai conhecendo o outro lado da vida de uma grande cidade.
Com Pedra, Mano conhece pessoas que vivem nas ruas: uma adolescente sem família, forçada à prostituição, uma senhora vendedora ambulante e um sábio andarilho e catador de papel. Todos sem direitos de verdade, mas com direitos assegurados nas leis. Cidadãos (só) de papel. É desses encontros que Mano percebe também a existência da solidariedade e do amor, permitindo a redenção dos personagens.