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Apenas uma pequena parcela dos sorocabanos sabe que a cidade dispõe hoje de um Parque Tecnológico (PTS). Menor ainda é o número dos que têm idéia das razões pelas quais ele foi implantado e dos benefícios à cidade e seus habitantes podem esperar de sua atuação.

O Parque, ao contrário do que muitos imaginam, não é uma escola, mas trabalha com mais de uma dezena de universidades e faculdades e com as empresas que tenham interesse em ali realizar suas pesquisas e desenvolver novos produtos.

Em vez de salas de aula, conta com laboratórios já instalados e espaços adequados para receber outros tantos. O interesse maior de quem nele desenvolve atividades não é transmitir a um determinado grupo informações sobre como se produz certo tipo de máquina ou se desenvolve certo processo de produção.

O que ali se busca é introduzir mudanças que aprimorem equipamentos já existentes, avaliar as propriedades medicamentosas desta ou daquela substância capaz de originar um novo medicamento, desenvolver processos e produtos que atendam necessidades em fase de surgimento no mercado.

Enquanto as escolas têm seu foco predominantemente no hoje, objetivando formar profissionais que atendam a demanda do mercado de trabalho existente, o PTS trabalha voltado para o amanhã, pois sem futuro a economia de uma cidade, região ou país está condenada a perder competitividade e em prazos menores do que se imagina, desaparecer.

A missão do PTS é, também, humanizar a atividade produtiva.

Muitos veem, com alguma dose de razão, o desenvolvimento tecnológico como um fator de desumanização, degradação ambiental e contaminação da natureza. Disso resulta o errôneo entendimento de que a tecnologia é sempre uma inimiga do meio ambiente e da qualidade de vida.

A verdade é outra. Os impactos negativos de um século de atividade fabril e urbanização sobre o Rio Sorocaba só puderam ser superados e revertidos através das tecnologias de despoluição. Vale o mesmo para os resultados indesejáveis da atividade humana observados aqui ou em outros pontos do Brasil e do mundo.

A inovação tecnológica capacita os aglomerados humanos, os governos e as empresas a definir padrões de melhora nos dão a possibilidade de promover melhoras qualitativas da produção industrial que não agridam a natureza, eliminando ou, no mínimo, controlando os fatores que impactam negativamente o meio ambiente.

Não se divisa, no horizonte da humanidade, situações que possam reduzir drasticamente a utilização de veículos individuais no atendimento às necessidade de movimentação das pessoas. É cada vez mais viável, no entanto, produzir motores automotivos que reduzam a emissão de partículas contaminantes da atmosfera e combustíveis que agridam menos a natureza ou, até mesmo, tenham um fator de agressividade igual a zero.

Em resumo, os problemas que a tecnologia criou e está criando podem ser resolvidos com o desenvolvimento de tecnologias novas. Estas são indispensáveis, inclusive, para eliminar o maior fator de degradação ambiental e humana que é a miséria.

É para produzir resultados que tornem possível alcançar esse horizonte, ao mesmo tempo em que viabilizam a continuidade do crescimento econômico, que existe o Parque Tecnológico de Sorocaba.

*Artigo originalmente publicado pelo jornal Diário de Sorocaba em 28 de julho de 2013.

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