da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba
Animais silvestres capturados e feridos são levados frequentemente ao Zoológico para tratamento. O que chama a atenção neste caso é o fato de se tratar de um animal raríssimo na natureza.
A equipe do Parque Zoológico Municipal "Quinzinho de Barros" recebeu na tarde da última segunda-feira (20) um exemplar provavelmente fêmea de gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus). A ave de rapina está com fratura completa do úmero esquerdo e recebe todos os cuidados necessários. O bicho foi encontrado ferido, em São Roque, pela Polícia Rodoviária Estadual e encaminhado ao Zoo de Sorocaba para tratamento.
Considerado um animal raro, a espécie está em extinção em várias partes do Brasil e é considerada em situação vulnerável no Estado de São Paulo. "Falar que esse bicho é raríssimo na natureza não é exagero, ele é tão raro quanto um panda. Em 48 anos de 'Quinzinho de Barros' essa é a primeira vez que chega um exemplar dessa espécie aqui", afirmou o médico veterinário Rodrigo Teixeira, chefe de Seção de Biologia e Veterinária da Secretaria do Meio Ambiente (Sema).
Sob medicação duas vezes ao dia, num tratamento que inclui soro, antibiótico, e anti-inflamatório, o gavião teve uma fratura completa de úmero e está em estado crítico. "Provavelmente, a ave foi atingida por uma arma de fogo na última sexta-feira, pois a lesão já é antiga", explicou.
De acordo com o médico veterinário, surgiu a hipótese de amputação da asa do animal, inclusive a chance de sobrevivência seria maior. "Mas seria uma ave sem asa, então optamos por mantê-la. Uma amputação seria irreversível", comentou. "Também pensamos em levá-la à Unesp de Botucatu para tratamento, mas ela não sobreviveria à viagem", afirmou.
"Neste momento, precisamos esperá-la reagir. No mínimo serão pelo menos 40 dias de tratamento, mas a chance de ela voltar à natureza é bastante remota. "Se sobreviver, ficaremos com ela aqui no Zoo e a nossa intenção será conseguir um par de outra instituição", contou.
Para a equipe do Zoo, a cada dia que passa aumenta as chances de sobrevivência. Se ela estiver viva até segunda-feira não perderemos mais", afirmou Rodrigo. No final da tarde desta terça-feira (21), a equipe do Zoo iria trocar o curativo e avaliar o ferimento. "Se necessário, vamos anestesiá-la e fazer uma cirurgia, talvez colocar um pino. E esse será o período mais crítico, torçam por ela", finalizou Teixeira, se referindo ao risco da anestesia.