da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba
Quantos são, onde estão, como e o que produzem? Para conhecer de forma mais precisa o perfil agrícola de Sorocaba, o Conselho Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Comapa), vinculado à Secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico (Sede), desenvolve o primeiro censo agropecuário do município. Os resultados preliminares desse trabalho, realizado em parceria entre o Comapa, Saae e a Secretaria municipal de Meio Ambiente (Sema), foram apresentados na última semana, envolvendo agricultores do bairro Caguaçu.
Conforme destacou Iwao Akamatsu, presidente do Comapa, nesta primeira etapa foram entrevistados 80% dos proprietários, parte do primeiro levantamendo que vai mostrar a realidade rural de Sorocaba e ajudar a trabalhar melhor as políticas públicas para o setor. "Decidimos fazer o censo porque sempre houve divergências entre os dados do IBGE e os números trabalhados pelo Sindicado Rural. É preciso uma radiografia mais precisa e assim direcionar as políticas públicas de forma mais eficiente", explica ele.
A secretária do Meio Ambiente, Jussara de Lima Carvalho, também ressalta a importância do trabalho realizado em parceria, justificando que o Comapa precisava saber do perfil desses produtores rurais, suas expectativas e dificuldades e a Sema necessitava conhecer os aspectos ambientais dessas áreas. "Esse eixo ocupado pelos produtores rurais, se constitui num dos principais corredores ecológicos, entre a Flona, a Zona de Conservação Ambiental do rio Sorocaba e o Parque Corredores da Biodiversidade, com metas a cumprir em relação a diagnóstico e recomposição de nascentes e matas ciliares", explicou Jussara.
A secretária salientou que foi possível identificar o papel relevante que esse setor apresenta na economia do município, além de apontar as principais carências, especialmente do ponto de vista ambiental. "Verificamos a necessidade de maior apoio a esse setor, para incremento de práticas conservacionistas, contribuindo com a recuperação do solo", afirmou.
Até agora foram entrevistados 67 proprietários, apontando que a maioria tem como principal atividade o cultivo de verduras e legumes, mas também há produção de cana-de-açúcar, cereais e pecuária bovina. Nessas propriedades vivem e trabalham perto de 300 pessoas, média de 4,3 pessoas em cada propriedade. Um dado interessante apontado pela pesquisa é que todos os entrevistados possuem ao menos ensino fundamental, outros concluíram o ensino médio e até o nível superior.
Na maioria das propriedades os donos estão no local há muitos anos, uma delas, está com a mesma familia há 75 anos. Dos entrevistados, apenas um não possui energia elétrica em sua residência e 14 deles não utilizam maquinários para a produção. O bairro Caguaçu tem área de plantio diversificada e extensa, atendendo os programas federais de merenda escolar, doação para entidades beneficentes, bem como o abastecimento da população com produtos frescos e preços acessíveis.
A pesquisa mostrou ainda que mais da metade dos entrevistados pretende, não apenas permanecer no campo, mas investir e ampliar a produção e seus descendentes, também querem continuar morando e produzindo no local. As queixas são com relação às estradas, segurança e acesso a financiamentos. "A falta de mão de obra é o terceiro maior motivo de reclamação e isso é preocupante, porque essas pessoas produzem os alimentos que consumimos", destaca o presidente do Comapa.
Akamatsu destacou ainda que o resultado ficou muito próximo da realidade e, com base nesses dados, poderá avaliar e buscar soluções para questões como a fossa negra que é usada em quase a totalidade das propriedades. "Os resultados deste censo irão subsidiar os demais trabalhos em outras comunidades rurais e assim guiar as propostas de fomento e apoio do Poder Público em relação à agricultura e abastecimento", concluiu Akamatsu.