da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba
Veterinários e agentes percorrerão as residências da região, num raio de 200m a partir do local onde o caso autóctone da doença foi registrado, para coletar amostras de sangue dos cães, visando identificar a presença de outros animais infectados e também para orientar os moradores sobre as medidas de controle
A Secretaria da Saúde de Sorocaba (SES), por meio da Seção de Controle de Zoonoses, inicia nesta terça-feira (30), mais uma etapa do trabalho de controle da leishmaniose visceral canina no município. A partir das 9h, equipes compostas por veterinários e agentes de vigilância sanitária visitarão as residências da região do Jardim das Estrelas, na Zona Leste, para coletar amostras de sangue dos cães (visandoidentificar a presença de outros animais infectados) e orientar os moradores sobre as medidas de controle da doença.
O primeiro e único caso autóctone de leishmaniose visceral canina de Sorocaba foi divulgado pela SES no dia 2 de agosto deste ano. A doença foi confirmada pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) da Secretaria de Estado da Saúde no dia 30 de julho, em uma cadela com 9 anos de idade, domiciliada há oito no bairro.
O secretário municipal da Saúde, Ademir Watanabe, lembra que a leishmaniose visceral americana é uma doença importante, que acomete principalmente os cães na área urbana e é transmissível ao homem. "A leishmaniose visceral canina possui altas taxas de letalidade, principalmente em indivíduos não tratados. Por isso, pedimos a colaboração da população quando as equipes da Zoonoses vistarem as casas. Também alertamos sobre os cuidados com seus animais, evitando as condições propícias para o desenvolvimento do mosquito e mantendo sempre as condições satisfatórias de higiene ambiental", comenta.
Estratégia de controle
Desde a confirmação do 1º caso de leishmaniose visceral canina em Sorocaba, a Área de Vigilância em Saúde da SES tem se preparado para assumir a coordenação das medidas de controle da doença preconizadas pelo Ministério da Saúde.
A diretora da Área da Vigilância em Saúde da SES, Consuelo Matiello, lembra que, no dia 16 de agosto, equipes da Sucen deram início a um levantamento denominado Diagamb, com a finalidade de reconhecer na área delimitada as condições ambientais, obtendo assim um diagnóstico para a preparação da próxima etapa, que se inicia nesta terça-feira.
Foram visitados 4.378 imóveis em 112 quarteirões e contabilizados 1.458 cães naquela área, ou seja, um animal para cada três imóveis visitados. Segundo o levantamento, quanto às condições ambientais, observou-se inúmeros imóveis com acúmulo de matéria orgânica (folhas, frutos adubo orgânico, fezes animais etc.) que favorecem a procriação do mosquito transmissor da leishmaniose visceral, o Lutzomyia longipalpis, conhecido popularmente como "mosquito palha". Houve também captura do vetor em armadilha colocada próxima à residência do animal positivo.
Para esta nova etapa, a Seção de Controle de Zoonoses vem se organizando também. Médicos veterinários e biólogos receberam treinamento por técnicos do Instituto Adolfo Lutz, sobre as técnicas de colheita e processamento de exames laboratoriais. Biólogos estão sendo capacitados na cidade de Mogi Guaçu pela Sucen, para a identificação da espécie Lutzomya longipalpis.
Além disso, a Sucen repassou ao município armadilhas para captura e monitoramento do vetor em Sorocaba. Também foi realizado um encontro com veterinários da cidade e representantes de ONGs protetoras de animais, para a apresentação das diretrizes do Ministério da Saúde. Clínicas veterinárias e pet shops da cidade receberam folhetos informativos sobre a doença.