Colabore com a prevenção da Leishmaniose Visceral Canina em Sorocaba

20/8/2012 - Sorocaba - SP

da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba

A Secretaria da Saúde de Sorocaba (SES), por meio da Área em Vigilância em Saúde, divulgou na terça-feira (14) o registro do primeiro caso positivo de leishmaniose visceral canina no município. O caso, autóctone, foi confirmado pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), da Secretaria de Estado da Saúde, no dia 30 de julho e comunicado à SES no último dia 2.

De acordo com a diretora da Área de Vigilância em Saúde da SES, Consuelo Matiello, a doença foi confirmada em uma cadela com 9 anos de idade, domiciliada há oito anos no Jardim das Estrelas, na zona leste. O primeiro exame foi colhido por um veterinário de uma clínica particular da cidade em 6 de julho. Em 12 de julho foi realizado outro exame e encaminhado ao Instituto Adolfo Lutz, laboratório estadual, cujo resultado positivo foi confirmado no dia 30 de julho.

A leishmaniose visceral americana é uma doença causada por um parasito denominado Leishmania chagasi e transmitida para cães e pessoas pelo mosquito Lutzomyia longipalpis, conhecido popularmente como "mosquito palha". A doença está presente no Estado de São Paulo desde 1998 (em cães) e 1999 (em humanos) e, em 2012, desde o início do ano até o dia 25 de junho, foram registrados no total 57 casos em seres humanos. Em Sorocaba, até então não havia o registro de autoctonia de leishmaniose visceral americana.

Sintomas

A Leishmaniose Visceral Americana é uma doença crônica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, fraqueza, anemia e crescimento do baço, entre outras manifestações. A leishmaniose visceral tem tratamento para humanos, é gratuito e é disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos.

Os cães infectados pelo parasito podem adoecer logo ou demorar meses para apresentar sintomas. Todos os cães infectados, mesmo aqueles sem sintomas aparentes, são fonte de infecção para o inseto transmissor e, portanto, um risco à saúde pública. Os sintomas da doença em animais são: apatia, lesões de pele, quedas de pelos, emagrecimento, lacrimejamento e crescimento anormal das unhas. A única maneira de detectar a infecção nos cães é através de exames de laboratório específicos. O tratamento em cães não é recomendado pelo Ministério da Saúde por não apresentar eficácia comprovada.

O mosquito transmissor da doença costuma picar ao entardecer e durante a noite, e suas larvas se criam em chão de terra, em locais sombreados, perto de árvores, folhagens e em abrigos de animais.

Ações de prevenção e combate

Desde 2003 o município de Sorocaba estava classificado pela Sucen como "silencioso não receptivo vulnerável". Ou seja, um município sem confirmação de caso autóctone humano ou canino, sem a presença conhecida do vetor e/ou selecionado pelos valores de distância estimados para caracterizar a vulnerabilidade.

A cada ano, desde então, a Sucen vinha trabalhando na detecção do mosquito transmissor em setores da cidade; o que na linguagem técnica é chamado de levantamento entomológico.

A classificação epidemiológica para leishmaniose visceral americana no município se alterou a partir de janeiro deste ano, para "silencioso receptivo vulnerável", com a presença do vetor detectada em levantamento realizado com armadilha instalada no Jardim Sandra, zona sul. Com o registro do caso canino autóctone de leishmaniose visceral americana, Sorocaba passa a ser classificada epidemiologicamente como "município com transmissão".

Desde que a SES recebeu a confirmação do caso canino autóctone de leishmaniose visceral americana, profissionais da Área de Vigilância em Saúde estão se reunindo para traçar as estratégias de combate ao mosquito transmissor da doença, o Lutzomyia longipalpis, na cidade.

A primeira ação será realizada nos bairros localizados no setor onde a cadela infectada morava. Agentes da Sucen visitarão as residências destes bairros e farão o chamado "diagnóstico ambiental" da área, realizando um censo animal, identificando locais que favoreçam a criação e a proliferação do inseto vetor e orientando os moradores sobre a doença e as medidas de prevenção.

A Secretaria da Saúde, por meio da Área de Vigilância em Saúde, realizará um trabalho em conjunto com as Secretarias do Meio Ambiente, de Segurança Comunitária e de Obras e Infraestrutura Urbana para o desenvolvimento de ações de combate do vetor, já que ele se reproduz no meio de matéria orgânica e em criadouros de animais.

Porém, para que o combate ao mosquito vetor seja realmente eficaz é fundamental que a população colabore. É dever de todos os cidadãos – não somente dos moradores da área onde morava a cadela doente – manter a casa e o quintal livres de matéria orgânica, recolhendo folhas de árvores, fezes de animais, restos de madeira e frutas, sendo que todo esse lixo deve ser embalado e fechado em sacos plásticos. Além disso, é necessário evitar a criação de porcos e galinhas em área urbana. Os proprietários de terrenos desocupados devem adotar estas mesmas medidas.

Também são cuidados importantes que contribuem para o controle da Leishmaniose Visceral Americana: colocar telas finas em janelas e portas de casa, manter a saúde e higiene dos animais e não permitir que o cão fique solto nas ruas.

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