da assessoria de imprensa da prefeitura de Sorocaba
Neste final de semana, quem for passear no Parque Zoológico Municipal "Quinzinho de Barros" poderá conhecer os seus seis novos habitantes primatas: dois micos-leão-dourado machos, um casal de sagui-de-cara-branca e um outro casal de sagui-de-duas-cores. Todos já estão em exposição no Recinto da Mata Atlântica do Zoo, mais conhecido como "Micário", revitalizado recentemente pela Prefeitura de Sorocaba. Provenientes do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, os animais chegaram há cerca de 20 dias no parque e, nesse período, permaneceram sob avaliação dos veterinários antes de irem para seus recintos.
"Termos exemplares dessas espécies em nosso Zoológico é de grande importância, não apenas do ponto de vista de pesquisa, preservação e reprodução de espécies, como também em nosso trabalho de educação ambiental", destaca Jussara de Lima Carvalho, secretária do Meio Ambiente, lembrando que os jardins zoológicos têm papel fundamental para a proteção da biodiversidade e preservação de animais ameaçados de extinção. Tanto o mico-leão quanto as duas espécies de saguis estão em perigo de extinção, segundo critérios da Lista Vermelha da IUCN (International Union for Conservation of the Nature).
A Mata Atlântica e suas áreas de transição, com o Cerrado - no qual Sorocaba está localizada, é um dos biomas mais ameaçados do mundo, restando poucas amostras de fauna e flora ainda preservadas. "A nossa política ambiental visa justamente ampliar a proteção desse bioma por meio de ações em nossos parques ecológicos e também por outras iniciativas, como o Plano Municipal de Arborização Urbana, a recuperação de mata ciliar e a proteção de nascentes", comenta.
Além disso, o "Quinzinho de Barros" tem sido uma importante referência na preservação e proteção de espécies nativas, principalmente dos micos-leão nativos da mata atlântica. "O Zoo já mantém e reproduz com sucesso grupos de micos-leão-de-cara-dourada, em perigo de extinção, e o mico-leão-preto, criticamente em perigo de extinção", conta Adalto Nunes, médico-veterinário da Sema.
Com a vinda de dois machos de micos-leão-dourado, animal símbolo dos esforços de conservação de animais ameaçados na natureza, o Zoo de Sorocaba se insere no Comitê Internacional para Conservação e Manejo dos Micos-Leões com mais essa espécie. "Estamos com expectativa de conseguir a vinda de fêmeas da espécie para estabelecer uma colônia reprodutiva aqui, mas sem prazo definido ainda", declara o veterinário.
Atualmente, existe a estimativa da existência de 1.500 micos-leão-dourado em vida livre na reserva de Poço das Antas, no Rio de Janeiro, e outros locais fragmentados; além de 500 exemplares em cativeiro. Programas de âmbito mundial, como o Plano de Ação Nacional para a Conservação de Mamíferos da Mata Atlântica, que incluem o manejo cientifico de populações cativas, tem encetado ações como translocação de grupos ameaçados, restauração de habitats, programas de educação ambiental regionais, reintrodução de animais nascidos em cativeiro de volta para florestas naturais, sempre visando à manutenção de sanidade e viabilidade genética do plantel.
O "Quinzinho de Barros" fica na Rua Teodoro Kaisel, 883, na Vila Hortência. Informações pelo telefone 3227.5454.
Micário
O "Micário" foi concebido para representar um ecossistema brasileiro rico em fauna e flora, mas muito ameaçado pelo avanço das cidades litorâneas. No local estão concentradas diversas espécies de saguis para mostrar um pouco dessa riqueza.
Este recinto no "Quinzinho de Barros" foi todo planejado para que o visitante se sinta entrando numa Mata Atlântica. Podem ser vistos troncos, pedras, água e plantas que remetem para uma aventura sensorial inesquecível. A temperatura é mais amena e o ar é mais úmido. A luz do sol também é dosada para simular a função da copa das árvores. É possível ouvir o barulho dos regatos e cascatas, e os visitantes podem até se refrescar, colocando a mão na água que cai do teto do recinto central. Nos troncos e galhos aéreos, nas paredes e em cada parte possível foram plantadas bromélias, orquídeas, catléias, jiboias e trepadeiras para compor o clima de mata.
De acordo com a Sema, todo o trabalho foi conduzido pelos próprios tratadores do Zoológico, alguns dos quais revelaram habilidades como orquidófilos.