da assessoria de imprensa da prefeitura de Sorocaba
Na manhã desta terça-feira (24), o prefeito Vitor Lippi recebeu, em seu gabinete, os secretários de Estado de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, e da Agricultura e Abastecimento, Mônika Bergamaschi. A visita foi realizada a pedido do governador Geraldo Alckmin para que conhecessem o trabalho do "Recomeçar – Plantando a Liberdade". O projeto envolve a produção de mudas de árvores nas duas penitenciárias de Sorocaba: "Danilo Pinheiro" (P1), no Mineirão, e "Antônio Souza Netto" (P2), em Aparecidinha. A ideia de Alckmin é replicar o modelo em outros presídios do Estado de São Paulo.
Realizado desde 2009, o trabalho é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Sorocaba, por meio das secretarias do Meio Ambiente (Sema), de Obras e Infraestrutura Urbana (Seobe) e das Parcerias (Separ), e as duas penitenciárias. O objetivo foi aliar melhorias às condições ambientais e climáticas da cidade, contribuindo com o Plano de Arborização Urbana para atingir a meta de plantio de 500 mil árvores em Sorocaba até o final deste ano, com a oportunidade de oferecer a inclusão social aos detentos do regime semiaberto.
"Agradeço a visita e a indicação do governador Geraldo Alckmin. Nosso projeto é pioneiro no país e é um modelo para todas as cidades. É uma atitude de humanização, que busca a inclusão e novas oportunidades às pessoas que, por algum motivo, cometeram algum erro e, ao retornar à sociedade, terão a oportunidade de ter um emprego e sustentar suas famílias com dignidade", destacou Lippi.
Antes da visita aos presídios, o prefeito explicou detalhadamente aos secretários estaduais sobre o funcionamento do projeto. Em seguida, acompanhados da secretária do Meio Ambiente, Jussara de Lima Carvalho, eles conheceram os viveiros.
De acordo com o secretário Lourival Gomes, esses processos de ressocialização são importantes e devem ser ampliados para outros municípios. "O governador ficou entusiasmado quando esteve em Sorocaba e solicitou que viéssemos contribuir para o aperfeiçoamento do projeto aqui na cidade e levarmos essa experiência para outras penitenciárias do Estado", contou. Atualmente há unidades prisionais em 81 municípios. "Agora, vamos mapear quais os que poderão receber esse modelo de produção de mudas, pois nem todos tem espaço físico ou mesmo população carcerária para essa ação", explicou.
Para a secretária Mônika Bergamaschi, o trabalho desenvolvido em Sorocaba é muito interessante. "Esse projeto ajuda os presidiários a terem uma ocupação, uma renda para ajudar a família e, principalmente, a oportunidade de reinserção na sociedade". A produção de mudas também chamou sua atenção. "Não tenho dúvida que é muito interessante a arborização dos municípios e o conforto térmico que é proporcionado. Além disso, a questão das existência das mudas a preços acessíveis é muito importante. Vamos estudar onde existe a possibilidade de replicar esse modelo tão exitoso", declarou.
Também recepcionaram os secretários de Estado o vice-prefeito e secretário de Governo e Relações Institucionais, José Aílton Ribeiro, o secretário Valter Calis (Comunicação), a diretoria das penitenciárias e servidores da Sema e Seobe.
Produção de mudas
Os viveiros da P1 e da P2 têm capacidade de produção de aproximadamente 300 mil mudas de árvores de mais de 80 espécies diferentes. Atualmente, os viveiros estão com um estoque abaixo da capacidade, com cerca de 120 mil mudas, pois as 100 mil mudas utilizadas no Megaplantio foram retiradas desses viveiros.
Na "Dr. Danilo Pinheiro", o projeto é desenvolvido numa área de mais de 5 mil m², onde 10 presos do regime semi-aberto trabalham de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30 e das 13h às 16h30, na produção e manutenção das mudas. São 125 canteiros com uma capacidade de 150 mil mudas. Além disso, existe uma estufa de preparo dos substratos nos saquinhos e uma horta com hortaliças, que são consumidas pelos próprios presidiários.
Já, na P2, o trabalho começou em 2010. Numa área de mais de 12 mil m², com 150 canteiros. O viveiro tem capacidade de estoque de cerca de 150 mil mudas. Na unidade, 10 presos do regime semiaberto atuam na produção.
Além de um salário mínimo, destinado às família, os reeducandos têm remissão na pena. Para cada três dias trabalhados, conta um dia a menos na pena deles.
As mudas produzidas nas penitenciárias também têm uma grande vantagem. "Como são produzidas num viveiro sem tela, as mudas já estão aclimatizadas, portanto, adaptadas para serem plantadas no campo. Com isso, a chance de elas morrerem é bem menor do que as mudas produzidas em viveiros telados", explica o engenheiro agrônomo da Seobe, Aroldo José Pinto.
Outra vantagem é que o custo de produção de cada muda é bem abaixo do valor de mercado. O custo da produção de uma muda até atingir 1 metro de altura é de apenas R$ 2,15.