da assessoria de imprensa da câmara de Sorocaba
Quem faz essa estimativa é o vereador Helio Godoy (PTB), com base em análises preliminares da Comissão de Habitação e Regularização Fundiária
O déficit habitacional em Sorocaba, segundo estudo encomendado pela Prefeitura Municipal, é de 12 mil moradias. Mas o vereador Helio Godoy (PTB), presidente da Comissão de Habitação e Regularização Fundiária da Câmara Municipal, contesta esses dados. Segundo afirma o vereador, com base em estudos preliminares da referida comissão, da qual é presidente, a carência de moradias no município ultrapassa 20 mil casas.
“A empresa que fez o levantamento para a Prefeitura trabalhou com estimativas do IBGE, fazendo projeções a partir delas, mas esses dados estão um pouco defasados. Os estudos da Comissão de Habitação e Regularização Fundiária, que acompanha de perto a realidade habitacional do município, mostram que o déficit de 20 mil moradias previsto para 2024 já é uma realidade hoje”, afirma Helio Godoy.
De acordo com o estudo da empresa de consultoria Integra, contratada pela Prefeitura para fazer o levantamento, Sorocaba conta com 6.498 famílias morando em situação precária e 4.491 famílias estão comprometendo mais de 30% de sua renda familiar com aluguel. Além disso, outras 1.459 famílias moram em área de risco, o que totalizaria um déficit de 12.448 moradias na cidade.
Helio Godoy observa que o déficit habitacional no país, segundo estudo da Fundação João Pinheiro, realizado em 2008 para o Ministério das Cidades, era de 5,572 milhões de moradias e 83% desse déficit estava localizado em áreas urbanas. “E esse déficit não sofreu redução significativa. Houve um esforço do governo federal no sentido de reduzi-lo, mas as metas não foram cumpridas integralmente”, afirma.
O vereador cita relatório do Tribunal de Contas da União, divulgado no final de fevereiro deste ano, mostrando que o Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, conseguiu cumprir apenas 28% de sua meta até agora, beneficiando efetivamente 276.892 famílias. “É um número expressivo, mas muito aquém do déficit habitacional do país”, salienta Godoy. E acrescenta que, no caso de Sorocaba, “o novo ciclo de crescimento vivido pelo município tende a atrair famílias de outras cidades, o que aumenta o déficit de moradia”.
Para Helio Godoy, os estudos sobre o déficit habitacional devem ser mais empíricos: “Concordo que sejam feitos estudos do gênero, porém, eles não devem ficar restritos à análise dos dados oficiais e, sim, retratar concretamente a realidade do município para que mais investimentos sejam feitos em habitação popular, principalmente para as famílias com renda entre 0 a 3 salários mínimos”, ressalta.
Godoy participou, nesta semana, do seminário organizado pela Secretaria da Habitação e já solicitou todos os dados para a análise do Legislativo. “Vamos propor, no orçamento deste ano, mais recursos para o setor de habitação. Com o desenvolvimento por que a cidade vem passando, a demanda por moradia deve aumentar além da já existente”, argumenta. Para Godoy, “após a regularização de todos os bairros existentes no município, é preciso evitar que surjam novos bairros irregulares para se manter a qualidade de vida de toda a população sorocabana”.