da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Sorocaba
Como parte da programação do “Outubro Rosa”, que busca conscientizar as mulheres sobre medidas de prevenção do câncer de mama, o programa Câmara Saúde, da Rádio Câmara, entrevistou a médica mastologista Alice Francisco, na manhã desta segunda-feira, 26, por meio de videoconferência, conduzida por Priscilla Radighieri e Claudia Jacob. A médica enfatizou a importância da qualidade de vida como forma de prevenir a maioria dos tipos de câncer, sobretudo do câncer de mama. O Instituto Nacional de Câncer estima que a incidência de câncer de mama no Brasil, no triênio 2020-2022, será de 66 mil novos casos a cada ano, o que torna o câncer de mama o mais comum entre as mulheres e o segundo mais comum entre todos os tipos de cânceres, logo atrás do câncer de pele, com 177 mil casos novos anuais.
“O sintoma mais comum do câncer de mama é a percepção de um nódulo na mama, de um caroço, ainda que nem todo nódulo seja um câncer”, explicou Aline Francisco, enumerando outros possíveis sintomas do câncer de mama, como alterações na pele da mama e feridas ou secreções pelo mamilo, especialmente de sangue. “Se a mulher detectar alguma anormalidade e se utiliza do SUS, ela deve procurar o posto de saúde mais próximo para receber a orientação inicial e ter a devida assistência. Se utiliza a rede privada, deve procurar seu médico”, orientou a mastologista. O médico mastologista é o profissional responsável pelo diagnóstico, tratamento e prevenção das doenças mamárias, tanto benignas quanto malignas.
Redução de mamografias – A médica também comentou a redução de 45% no número de mamografias realizadas pelo SUS nos sete primeiros meses de 2020, na faixa etária de 50 a 69 anos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Mastologia. “Infelizmente, por conta dessa queda, vamos ter diagnósticos mais tardios e pode ocorrer avanço na doença, perdendo-se a oportunidade de um tratamento precoce”, afirma Aline Francisco, enfatizando que a campanha da Sociedade de Mastologia neste ano tem como lema “Quanto Antes Melhor”. A médica também lamentou a redução no número de mamografias realizadas em Sorocaba, que caiu de 5.343 mamografias no primeiro quadrimestre de 2020 (janeiro a abril) para 1.530 no segundo quadrimestre (maio a agosto).
A médica também considerou muito preocupante a redução do número de exames citopatológicos de colo de útero em Sorocaba, que caiu de 8.255 no primeiro quadrimestre para apenas 602 no segundo quadrimestre. Esse exame, também conhecido como exame de Papanicolau, consiste na coleta de células do colo de útero para prevenção do câncer de colo de útero. Aline Francisco considera “chocante” essa redução, pois, segundo ela, o câncer de colo de útero “é extremamente tratável” com o diagnóstico precoce. “Já havia uma fila de espera na rede pública e essa demanda reprimida tende a aumentar daqui para frente”, observou, acrescentando que o número de pessoas dependentes do SUS tende a crescer, o que pode retardar ainda mais o diagnóstico e o tratamento dessas doenças.
Cuidados preventivos – Aline Francisco destacou que, além do Covid-19, é necessário pensar nas demais doenças que a pandemia trouxe, o que exige, no seu entender, reforçar a rede básica de saúde. E recomendou cuidados com a qualidade de vida, como forma de prevenir doenças, inclusive os vários tipos de câncer, especialmente o câncer de mama. “É preciso cuidar do estilo de vida, fazendo atividade física, evitando levar uma vida muito sedentária, reduzir a obesidade e cuidar da alimentação. No caso das mulheres, é preciso conhecer o próprio corpo e fazer exame todo ano”, explicou.
A médica também abordou outros temas durante a entrevista, como a reposição hormonal durante a menopausa, que não deve ser realizada por mulheres que já tiveram câncer. A entrevista faz parte da campanha do “Outubro Rosa”.