A Secretaria de Cidadania (Secid), por intermédio da Seção de Proteção Especial, distribuiu, nesta sexta-feira (8), máscaras faciais às Pessoas em Situação de Rua (PSR) da cidade. Uma equipe da pasta percorreu no período da tarde vários pontos conhecidos por abrigar essa população nas região da avenida Ulisses Guimarães; Vila Helena, Humberto de Campos e no entorno do SOS (Vila Rica), entre outros.
Junto com as máscaras de tecido, os atendidos também receberam um detergente para higienização das mãos. De acordo com a chefe de Seção de Proteção Especial da Secid, Luciana More, as máscaras entregues a cada cidadão foram doadas pela AJG (Associação Antonio José Guarda). Cada kit doado pela entidade continha duas máscaras.
Durante a ação as pessoas em situação de rua ainda foram orientadas a procurar o Clube do Idoso ou o SOS para se abrigarem. Os dois locais são espaços preparados para acolher a essas pessoas, ofertando quatro refeições diárias, possibilidade de pousada e higienização período da pandemia do novo coronavírus.
Segundo Luciana, os moradores não foram levados para os abrigos porque antes têm que passar por uma triagem médica de modo a que não haja contaminação nesses locais. Isso, porque no caso de pessoas em situação de rua que tenham sido infectadas, elas são encaminhadas para o Centro de Triagem que está sendo utilizado como Centro de Acolhimento, mediante suspeita ou confirmação da doença
Crack e álcool.
A equipe composta por três funcionários da Secid e dois do SOS (Serviços de Obras Sociais) percorreu lugares conhecidos por concentrar moradores de rua.
Na avenida Ulysses Guimaraes, em um terreno baldio, ficam cerca de quinze moradores em situação de rua. Eles aceitam as máscaras e o detergente, indicam que sabem da pandemia do coronavírus, mas não querem ir para um abrigo.
Neide, 63 anos, é viciada em crack há quase uma década. Diz que tem uma casa no Jardim São Guilherme e vai ao local para consumir crack. “O vício não deixa a gente sair dessa vida”. Abrigada sob um plástico, afirma que tem dois filhos e que nasceu em Conchas.
Já Vânia, 36 anos, contou que veio do Paraná, não tem família em Sorocaba e aponta o seu colchão como sendo a sua casa. “Aqui a gente fica, fazendo sol ou chuva”. Viciada no crack há um tempo que não permite sequer ser lembrado, afirmou que vive pedindo esmola. “Mas eu não roubo para comprar crack”, garante comentando que cada pedra da droga custa de R$ 5,00 a R$ 10,00.
As quase 50 pessoas abordadas pela equipe nenhuma quis ir para o abrigo, apesar de saberem onde ficam o SOS e o Clube do Idoso e conhecerem o risco de adquirir a Covid-19.