da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba
Professoras contam com a ajuda dos alunos no plantio, cultivo e colheita
As mãos inocentes das crianças que preparam a terra para receber as sementinhas já sabem bem o que a vida plantada ali vai precisar para sempre. “A plantinha precisa de amor”, diz o pequeno Guilherme, de 4 anos, ao regar uma das plantas da horta da creche. O coleguinha de Guilherme, Arthur Miguel, da mesma idade, complementa, “A plantinha precisa de carinho”. Ao ouvir os dois amiguinhos, uma terceira criança, a Luna, também de 4 anos, completa o ciclo de necessidade da horta. “A plantinha precisa de cuidado”, diz Luna.
Eles são alunos da CEI 106, a creche fica no bairro Jardim São Guilherme, em Sorocaba. A unidade tem uma ampla área de recreação para as crianças, só que ao invés de ser um espaço apenas para os alunos correrem e brincarem no parquinho, duas professoras tiveram a ideia de criar uma horta com a ajuda das crianças para cultivar verduras, legumes e frutas, além de outras plantas, que deixam o espaço ainda mais bonito e natural.
As professoras reservam um pedacinho de cada dia para que os alunos ajudem a regar as plantas e colher os bons frutos semeados. Por toda a horta as professoras espalharam avisos de cuidados nas plantinhas, uma delas carrega o pedido escrito, “Não tire minhas folhas”, a outra “Não me arranque”. Todas as orientações são respeitadas pelas crianças, que só arrancam os frutos do pé quando é tempo de colheita.
Relação com os alimentos
Em um cantinho da horta, o Miguel, de 4 anos experimenta a acerola, que ele mesmo ajudou a plantar e a cultivar. Em outro espaço o Guilherme, também de 4 anos apresenta o que foi plantado. “Aqui, tem beterraba, berinjela e cenoura, depois eu vou colher e papar”, diz o menino.
A auxiliar de educação Maria Clarke, que também é pedagoga e jornalista, abre um enorme sorriso ao ouvir o aluno mostrar o que foi plantado na horta. “Quando tivemos a ideia de fazer a horta com a ajuda dos alunos, pensamos exatamente na importância da consciência alimentar das crianças e alguns meses depois a relação deles com os alimentos mudou. Algumas crianças não comiam legumes e verduras, só queriam carne e arroz na hora do almoço, hoje já comem feijão, salada e legumes espontaneamente e adoram colher as frutas do pé e dizer que vão comer a sobremesa”, diz a auxiliar com um largo sorriso de orgulho no rosto.
A outra professora, parceira de Maria Clarke na horta, diz que aquele espaço da creche virou uma forma de semear valores ambientais e alimentares. “Esse trabalho tem despertado nas crianças a vontade de cuidar das plantas. No início elas arrancavam a plantinha, hoje elas falam que a florzinha é para as abelhas e borboletas e os legumes, verduras e frutas vão deixar os amiguinhos mais fortes quando eles comerem”, conta a auxiliar de educação Gissilânia de Siqueira, que também é pedagoga.
O relato das duas auxiliares de educação é comprovado com o depoimento de Miguel de 4 anos, que aponta para um outro cantinho da horta e diz para as tias da creche: “Vocês sabiam que eu vou levar essa berinjela para a casa da minha vovó”? As duas tias perguntam porque ele vai levar o legume embora e o pequeno Miguel responde certeiro, “Porque eu já pedi pra ela cozinhar pra mim”.
A vovó do Miguel certamente vai preparar o jantar com o alimento que ele mesmo ajudou a nascer.
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