da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba
Nos últimos 15 dias, a Prefeitura de Sorocaba, por meio de várias secretarias, realizou quatro Operações Dignidade, uma ação que visa identificar e dar encaminhamento social às Pessoas em Situação de Rua (PSR). A mais recente foi realizada nesta sexta-feira (15), e esteve em quatro pontos da cidade: no Parque das Laranjeiras (Zona Norte), na Praça Coronel Fernando Prestes e Rua São Bento – em frente a uma agência bancária (centro) e embaixo da ponte Francisco Dellosso (Rua XV de Novembro).
A Operação Dignidade foi formada em março do ano passado por determinação do prefeito José Crespo e, desde então, vem atuando efetivamente na cidade. É uma força-tarefa integrada por agentes públicos das secretarias de Igualdade e Assistência Social (Sias), de Segurança e Defesa Civil (Sesdec), por meio da Guarda Civil Municipal (GCM), da Saúde e de Saneamento, e recebe apoio da Polícia Militar. O foco principal das ações é o resgate da cidadania.
As Operações são realizadas em locais previamente mapeados pelas equipes que fazem a abordagem social, procurando identificar as pessoas em situação de rua, como o que ocorreu nos quatros pontos que foram visitados nesta sexta-feira, quando os agentes da Prefeitura não só fizeram o atendimento social, como recolheram os materiais inservíveis depositados nos espaços, como colchões e móveis velhos ou quebrados, roupas sujas, objetos para compartilhamento de drogas, entre outros que foram retirados por caminhões cedidos pela Secretaria de Saneamento para a operação.
No Parque das Laranjeiras, por exemplo, cinco pessoas – quatro homens e uma mulher -, foram abordados em terrenos particulares baldios e com mato. Por um levantamento prévio, foi constatado que os donos dos imóveis – usados por usuários de drogas -, já foram, inclusive, notificados e multados pela prefeitura. Dessas cinco pessoas, entretanto, apenas um aceitou receber atendimento e foi levado pelo SAMU ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) por conta do elevado estado alcoólico. Outro rapaz, que não fazia parte do grupo, aceitou ser atendido pela Casa Azul – antigo Centro POP -, que hoje funciona dentro do Serviço de Obras Sociais (SOS). Os demais não aceitaram nenhuma ajuda.
De acordo com a Secretária da Sias, Cíntia de Almeida, “essas operações têm conseguido muito êxito não só pelo envolvimento das secretarias, mas por todos os outros agentes públicos que estão integrados à ação, como a PM e a GCM. Mas temos que lembrar que a abordagem social é feita sem coação, nós oferecemos o acolhimento. A pessoa tem seu direito respeitado e não é forçada a aceitar”, ressaltando que o objetivo da Operação é oferecer meios para que esse grupo que vive nas ruas possa se reerguer.
“Muitos estão debilitados emocional e psicologicamente, por isso, muitas vezes, preferem as ruas. Outros não têm família, e muitos dos que têm não querem voltar à convivência familiar. Então, é uma série de situações que devem ser analisadas dentro do trabalho de abordagem social”, explica a titular da Sias.
Cíntia de Almeida diz ainda que levantamentos feitos por sua secretaria mostram que das pessoas que já foram identificadas, apenas 12% são de Sorocaba. Os demais, vieram de cidades da região e até de outros Estados.
Outro ponto abordado por Cíntia de Almeida é sobre as esmolas dadas pela população. “Quando nós damos esmolas e comida às pessoas em situação de rua nós estamos, na verdade, fortalecendo o vínculo delas com as ruas, e dificilmente elas vão sair das ruas. Por isso, nós estamos sempre orientando a população a não dar a esmola ou a comida. Nos temos entidades em Sorocaba que fazem excelente trabalho de assistência a essas pessoas, inclusive fornecendo alimentação”, explica a secretaria, ressaltando que a população pode ajudar as PSR doando às entidades.
O secretário da Segurança e Defesa Civil (Sesdec), Cel. Antonio Valdir, também defende o objetivo da Operação explicando que “a ação surgiu para que nós pudéssemos levar dignidade a essas pessoas que já estão em uma condição emocional abalada. Nessas abordagens, as pessoas podem se sentir acolhidas e encaminhadas a atendimentos oferecidos pela prefeitura. Portanto, cada um dos envolvidos tem um papel fundamental nesse contexto”, ressalta.
Antonio Valdir também compartilha da mesma orientação de que a população não deve oferecer esmolas e nem dar comida às pessoas em situação de rua, e nem mesmo comprar produtos oferecidos nos semáforos. “Isso só alimenta o vício do álcool, das drogas. É importante que a pessoa que se sente tocada a ajudar, possa fazer essa destinação às entidades. Nós temos excelentes entidades em Sorocaba que dão esse suporte”, diz.
O secretário da Segurança e Defesa Civil lembra que, desde que as Operações começaram no ano passado, já houve uma diminuição considerável de pessoas em situação de rua na cidade. “É um problema social que existe em qualquer cidade, mas temos feito um trabalho muito importante – contando, inclusive, com o apoio da GCM, PM e, em alguns casos, até da Polícia Civil, para que possamos levar essas Operações às ruas. Mas oferecer a dignidade a essas pessoas ainda é o nosso principal foco”, disse, ressaltando que as operações vão continuar, assim como confirmou a secretária da Igualdade e Assistência Social, Cíntia de Almeida.
O comandante da GCM, Marcos Mariano, também participou da Operação.