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Lucas Pelisari

Autor: Lucas Pelisari

O que os profissionais de recursos humanos podem fazer para cuidar da saúde mental dos seus colaboradores?

6/7/2021 - Sorocaba - SP

A saúde mental tem sido uma pauta constante desde o início da pandemia.

 

E não por acaso: além do aumento significativo no desemprego, o que aumenta também as tensões e as preocupações, e das mudanças nos preços das contas e na alimentação, o isolamento nos deixa suscetíveis a oscilações de humor, medo e saudade dos nossos amigos e parentes.

 

Em uma sociedade já complicada - segundo a OMS, o Brasil é literalmente o país mais ansioso do mundo -, todo esse conjunto é capaz de provocar efeitos assustadores na nossa forma de lidar com os nossos próprios sentimentos e com as pessoas que estão ao nosso redor (as quais, às vezes esquecemos, também estão exaustas, preocupadas, amedrontadas).

 

Por essas e outras razões, a busca por melhores relações no ambiente de trabalho, assim como medidas voltadas para a manutenção da saúde mental e física dos trabalhadores, têm sido uma das melhores estratégias para a retenção de talentos.

 

Empresas que desejam se destacar no mercado pela qualidade de seu corpo de funcionários e pela sua preocupação com a cultura organizacional não podem abrir mão desse tipo de atitude.

 

A seguir, falaremos um pouco mais sobre como a área de Recursos Humanos de uma companhia pode trabalhar para manter o que há de mais importante na empresa - ou seja, literalmente o material humano - satisfeito, feliz, saudável e pronto para encarar de frente as dificuldades do momento que vivemos como sociedade. Confira.

Saúde mental: o que o RH pode fazer para ajudar?

Primeiro, é preciso que fique claro que esse cuidado deve ser implementado o mais depressa possível e que deve ser mantido para muito depois da pandemia. Os cuidados com o psicológico de todos devem ser prioridade.

 

Uma das formas de cuidar para que os colaboradores se sintam respeitados - o que também têm impacto na autoestima, na produtividade, nas relações interpessoais e nos níveis de estresse - é criar uma linguagem comum, pautada na comunicação não-violenta.

 

Para tal, deve-se produzir cartilhas e materiais educativos constantes, que devem ser enviados para todos os funcionários da companhia, independente do seu grau de instrução ou posição dentro da empresa.

 

Quando diminuímos os “gaps” entre funções e fazemos com que todos falem a mesma língua, tornamos o espaço da empresa mais horizontal, ainda que haja uma hierarquia a ser respeitada.

 

Entenda: é possível ter hierarquia sem ter autoritarismo (que, aliás, é uma das coisas que mais tende a desanimar e afastar os profissionais de uma companhia). Se todos estiverem versados no mesmo tipo de linguagem, a tendência é que as rusgas diminuam e que, em geral, todos se sintam parte do mesmo organismo vivo.

 

Além de produzir material constante sobre o assunto, como já mencionamos, pode ser bastante interessante produzir workshops e oficinas com especialistas em educação emocional e similares.

 

Isso, além de desenvolver as soft skills dos funcionários, gera mais contato com a temática, que passa a ser ainda mais cotidiana. E essa é a ideia: tornar cotidiana a noção de que a fala e o modo de falar polidos e respeitosos devem ser a regra.

Outros estímulos positivos para a saúde mental dos colaboradores

Além do que já mencionamos, o RH pode investir em eventos - mesmo à distância, o Zoom pode criar um espaço interessante para a troca de informações e até para um “happy hour” - que visem integrar equipes e gerar mais relaxamento.

 

Muitas empresas têm apostado em dias temáticos, com aulas de yoga, massagens voltadas para a diminuição do estresse laboral e até gincanas, além de pequenos mimos para os funcionários, como cestas com chocolates em datas especiais, descontos para comprar com parceiros, etc.

 

Por fim, existe algo que, quando aplicado, colabora muitíssimo para a diminuição do estresse financeiro, que também é uma causa de ansiedade, depressão e perda da qualidade de vida: a cultura dos benefícios corporativos.

 

Empresas que oferecem vantagens corporativas de qualidade tendem a manter os profissionais de excelência por mais tempo, mas não só. Esse tipo de iniciativa aumenta a rentabilidade da companhia, gera bem-estar geral (o que, por sua vez, melhora as relações) e, em muitos casos, suaviza o sofrimento mental.

 

Entre os benefícios corporativos mais visados e que podem ser adotados estão: plano de saúde com alta cobertura, possibilidade de home office em um ou vários dias na semana, auxílio-creche, vale-cultura e, claro, plano de previdência privada corporativo.

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