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Lucas Pelisari

Autor: Lucas Pelisari

Quais os efeitos da pandemia no mercado latino?

15/1/2021 - Sorocaba - SP

 

A pandemia do coronavírus teve efeitos duros na América Latina. 

Afinal, muitos empregos foram perdidos, negócios fechados e até empresas grandes tiveram dificuldades de se manterem nesse período difícil. 

Mas quais foram os reais efeitos da pandemia nesse mercado? É sobre isso que vamos falar. 

  1. Quais foram os efeitos da pandemia na economia?

A economia foi, sem dúvida, a área mais afetada globalmente falando em virtude da pandemia. 

Afinal, junto com as milhares de vidas perdidas, houve também muita recessão e desemprego. 

De acordo com  a Agência Brasil, com dados divulgados pela Comissão Econômica para América Latina (Cepal), a pandemia levou a uma queda na atividade econômica de 9,1% na América Latina e Caribe no ano de 2020. 

É importante citar que muitos países da América Latina já não vinham com porcentagens significativas de crescimento e já tinham no desemprego um problema sério. 

Esse era o caso do Brasil antes da pandemia, que iniciava um crescimento econômico bastante tímido e cujo desemprego girava em torno de 12%. 

A Cepal também indica que a queda de bens e serviços durante a pandemia pode chegar a 32%. As exportações já apresentaram queda de 23%. 

No Brasil, a queda projetada do PIB (Produto Interno Bruto) é de 9,2%, número impactante, mas ainda menor do que o de outros países, como a Venezuela, com queda estimada do PIB de 26%. 

Outros países, como o Peru, apresentaram redução de 13% do PIB. 

O desemprego no Brasil deve ficar entre 13,5% até 14% e com a pandemia causada pelo coronavírus, estima-se que haverá o fechamento de 2,65 milhões de empresas no mundo todo. 

Entenda os reflexos da pandemia em outras áreas!

Apesar do colapso na economia mundial, houveram outras áreas que foram drasticamente afetadas, como a saúde e o esporte. Entenda um pouco mais a seguir! 

  1. O que houve com o esporte ao longo da pandemia? E o cenário atual?

Se teve uma área que ficou suspensa durante a pandemia de 2020 foi o esporte. 

Afinal, 2020 era o ano da Olimpíada de Tóquio e o evento foi suspenso até 2021.  

Com isso, atletas que já tinham índices olímpicos necessitam manter-se em forma, na esperança de chegar até 2021 no melhor de suas formas. 

Além disso, foram suspensas competições que poderiam dar índices olímpicos para atletas. 

No caso específico do Brasil, houve também a suspensão temporária do Campeonato Brasileiro de Futebol, com retorno à competição a alguns meses. 

Porém, muitos clubes sofreram com atletas contaminados pela Covid-19. 

Outro fator importante é que os jogos são realizados sem público. Assim, os clubes tiveram uma perda significativa da renda, vinda do público nos estádios. 

Uma competição importante do futebol na América Latina, a Taça Libertadores da América, também foi suspensa e retornou há pouco tempo, ainda sem público nos estádios. 

Os atletas fazem teste para coronavírus a cada rodada dos campeonatos e são afastados caso os testes derem positivos. 

Outro fator importante é que alguns atletas profissionais que tiveram Covid-19 ainda enfrentam sequelas, como a perda de até 10% da capacidade pulmonar. 

Para atletas de elite, esse é um dado impactante. 

Atletas amadores tiveram que enfrentar academias e centros de treinamento fechados. 

Muitos preferiram fazer suas atividades físicas em casa, mas acredita-se que pessoas que já não gostavam de praticar esporte, acabaram cedendo ao sedentarismo no momento da pandemia. 

  1. Saúde: o setor mais afetado pela pandemia

Podemos começar citando as inúmeras vidas perdidas pelo coronavírus. 

Até a data de hoje (12 de janeiro de 2021), só no Brasil, foram 203.580 mortes, com um total de 8.131.612 casos. 

Isso traz um impacto enorme a inúmeras famílias brasileiras. 

Mas a pandemia trouxe outras consequências para a saúde. 

Para começar, pela quarentena e também pelo medo de se contaminar, muitas pessoas deixaram de lado o tratamento médico que faziam para outras doenças. 

Assim, pacientes diabéticos, por exemplo, deixaram de comparecer às consultas de rotina. 

Além disso, cirurgias eletivas foram suspensas em diversos hospitais, para que os centros pudessem se concentrar no atendimento a pacientes com Covid-19. 

Porém, as demais doenças, tais como câncer, problemas cardiovasculares, continuam ocorrendo. 

Com hospitais lotados em função do coronavírus, muitas pessoas não buscaram atendimento médico quando necessário, em virtude do medo de se contaminar. 

Fora que muitos hospitais não conseguiam dar a mesma atenção a pacientes sem coronavírus que davam antes da pandemia. 

O Sistema Único de Saúde (SUS) passou a ser muito exigido, uma vez que em função das diversas demissões, muitas pessoas acabaram sem plano de saúde para empresas

Já os planos de saúde corporativos acabaram tendo uma grande saída de pessoas, sobretudo no início de 2021, com a aplicação do aumento de 2020, suspenso temporariamente pela ANS (Agência Nacional de Saúde). 

De fato, com a queda da renda de muitas famílias, conseguir manter um plano de saúde corporativo tornou-se difícil para muitos brasileiros. 

Assim, essas pessoas que antes tinham atendimento pelo plano, passaram a procurar o atendimento pelo SUS. 

  1. E a saúde mental? Quais foram os reflexos?

Com o isolamento, falta de contato físico com outras pessoas, medo constante de se contaminar pelo coronavírus, problemas de saúde mental, tais como depressão e ansiedade certamente aumentaram consideravelmente. 

Assim, esses problemas passaram a afetar não somente adultos, como também crianças, uma vez que as escolas foram fechadas e as crianças passaram a ficar mais reclusas. 

Com a volta de uma vida normal, após a vacinação em massa, é importante investir no tratamento das demais doenças somáticas, como também nas doenças mentais, que aumentaram durante a pandemia. 

 

 

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