Autor: Lucas Pelisari
Com a pandemia do coronavírus e a segunda onda de casos, tanto na Europa quanto no Brasil, a vacinação passou a ser a grande esperança de retorno a uma vida normal.
Assim, empresas farmacêuticas ao redor do mundo iniciaram no ano passado a pesquisa e desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19.
Com o número crescente de casos no país sendo apontados por teste coronavírus, a importância e a necessidade da vacina tornou-se prioritária.
Atualmente, há algumas vacinas disponíveis e já estão sendo aplicadas em diversos países no mundo.
Porém, no Brasil, o processo de vacinação ainda não se iniciou. Com a expectativa que a vacinação da Covid-19 se inicie dia 25 de Janeiro em São Paulo, vamos descrever como será esse complexo e importante processo. Confira!
No presente momento, existem algumas vacinas contra coronavírus já sendo aplicadas em pacientes na Europa, Rússia, Argentina, México, Estados Unidos e Canadá.
Se por um lado, os testes de coronavírus foram logo desenvolvidos, as vacinas necessitam de maior tempo para o desenvolvimento. Inclusive porque sua tecnologia é bem diferente.
Mas, em virtude da pandemia, foram desenvolvidas vacinas em tempo recorde, o que não significa que elas não sejam seguras. É muita ciência e tecnologia envolvida, em cada uma delas.
Ser contra vacinas é simplesmente não entender como a humanidade conseguiu passar por inúmeras doenças graves, tais como a varíola, inclusive erradicando-a, graças a vacina.
Atualmente, crianças não sofrem mais com paralisia infantil e tudo isso se deve às vacinas.
De fato, as vacinas contra coronavírus apresentam diferentes tecnologias.
Vamos ver quais são:
A vacina da Pfizer junto com o laboratório Biontech foi a primeira vacina a ser aplicada em países europeus, como a Inglaterra, por exemplo.
Ela utiliza uma tecnologia bastante inovadora, baseada no RNA do vírus e seu nível de eficácia, ou seja, o quanto ela é efetiva, é impressionante.
A desvantagem é que ela necessita de armazenamento a -70ºC, o que torna sua aplicação no Brasil mais difícil.
Mesmo assim, alguns laboratórios particulares demonstraram interesse nessa vacina, mas seu uso até a presente data ainda não foi aprovado no Brasil, nem para uso emergencial.
É fato que o governo federal não demonstrou muito interesse na utilização dessa vacina no país.
Outra vacina que também utiliza a tecnologia do RNA viral e que já está sendo aplicada nos Estados Unidos e Canadá.
Essa vacina utiliza armazenamento a -20ºC, o que também dificulta sua aplicação no Brasil.
Ao contrário da vacina da Pfizer, não há nenhuma previsão da aplicação dessa vacina no país.
Essa vacina utiliza um vírus diferente, mas que pertence ao mesmo grupo e que causa gripe em chimpanzés.
Esse vírus foi geneticamente modificado e quando em contato com as células humanas, faz com que as células produzem uma proteína viral semelhante à encontrada no coronavírus.
Dessa forma, o organismo consegue então estabelecer uma resposta imune ao vírus.
De fato, a vacina da Oxford AstraZeneca foi submetida a testes com voluntários no país e tem a Fundação Oswaldo Cruz como parceiro para sua fabricação.
É uma das apostas do governo Federal para a imunização da população.
Essa é uma vacina que utiliza uma versão atenuada do próprio coronavírus, a tecnologia é bastante semelhante à utilizada para as vacinas de gripe.
Essa vacina é feita em conjunto com o laboratório Sinovac, da China e o Instituto Butantã, em São Paulo.
Em virtude de disputas políticas, o governo Federal não demonstrou interesse, ficando a cargo do governo Estadual de São Paulo o fechamento de acordo com a empresa.
Sabe-se que a eficácia dessa vacina é menor do que a da vacina da Pfizer, mas isso já era esperado em virtude da tecnologia utilizada.
De fato, vacinas que utilizam o vírus inativado, como é esse caso, costumam ter eficácia menor.
Mas, nem por isso, essa é uma opção que deve ser desconsiderada, uma vez que nos dados preliminares nenhum voluntário que tomou a vacina teve sequelas ou desenvolveu a doença de forma grave.
Ou seja, a aplicação em massa dessa vacina certamente aliviará o sistema público de saúde e é a que encontra-se mais adiantada para aplicação na população.
Existem no mercado, ainda, outras vacinas contra o coronavírus.
Uma delas, a Sputnik VR, produzida pela Rússia, já está sendo aplicada na Argentina, por exemplo, e é uma vacina aplicada no país russo.
Existem também outras vacinas chinesas, como a produzida pelo laboratório Sinopharm, por exemplo, mas que não há planos para serem aplicadas no Brasil.
O Brasil é um dos países mais bem estruturados em termos de vacinação no mundo.
Existe o Plano Nacional de Imunização, o qual estabelece o calendário de vacinação, grupos a serem vacinados, bem como os locais nos quais as vacinas são geralmente aplicadas.
No caso da Covid-19, a princípio, o Ministério da Saúde não definiu uma data, mas o Governo do Estado de São Paulo indicou a data do dia 25 de Janeiro para início da vacinação, podendo esta data ser adiantada.
Será utilizada a vacina Coronavac, que encontra-se em processo de aceitação pela ANVISA e que é a vacina que melhor se adequa à estrutura brasileira.
Os primeiros grupos a serem vacinados serão profissionais da área de Saúde, indígenas e quilombolas.
A vacinação ocorrerá, a princípio, em Unidades Básicas de Saúde, já utilizando a estrutura existente.
A seguir, teremos pessoas acima de 75 anos (a partir de 8 de fevereiro), de 70 a 74 anos (a partir de 15 de fevereiro), 65 a 69 anos (a partir de 22 de fevereiro) e de 60 a 64 anos (a partir de 1 de março).
A segunda dose da vacina deve ser aplicada 21 dias após a primeira.
Agora, aguarda-se a resposta da ANVISA e como o Ministério da Saúde vai coordenar o processo de vacinação no Brasil.
No entanto, enquanto a vacinação ainda não chega para toda a população, a melhor solução é se proteger, evitar aglomeração, seguir as recomendações dos órgãos responsáveis e se necessário, realizar o teste de covid, caso esteja apresentando sintomas.