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Lucas Pelisari

Autor: Lucas Pelisari

Como funcionará o processo de vacinação da covid-19 no Brasil?

14/1/2021 - Sorocaba - SP



Com a pandemia do coronavírus e a segunda onda de casos, tanto na Europa quanto no Brasil, a vacinação passou a ser a grande esperança de retorno a uma vida normal. 

Assim, empresas farmacêuticas ao redor do mundo iniciaram no ano passado a pesquisa e desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19. 

Com o número crescente de casos no país sendo apontados por teste coronavírus, a importância e a necessidade da vacina tornou-se prioritária. 

Atualmente, há algumas vacinas disponíveis e já estão sendo aplicadas em diversos países no mundo. 

Porém, no Brasil, o processo de vacinação ainda não se iniciou. Com a expectativa que a vacinação da Covid-19 se inicie dia 25 de Janeiro em São Paulo, vamos descrever como será esse complexo e importante processo. Confira! 

  1. As vacinas contra Covid-19 existentes 

No presente momento, existem algumas vacinas contra coronavírus já sendo aplicadas em pacientes na Europa, Rússia, Argentina, México, Estados Unidos e Canadá. 

Se por um lado, os testes de coronavírus foram logo desenvolvidos, as vacinas necessitam de maior tempo para o desenvolvimento. Inclusive porque sua tecnologia é bem diferente. 

Mas, em virtude da pandemia, foram desenvolvidas vacinas em tempo recorde, o que não significa que elas não sejam seguras. É muita ciência e tecnologia envolvida, em cada uma delas. 

Ser contra vacinas é simplesmente não entender como a humanidade conseguiu passar por inúmeras doenças graves, tais como a varíola, inclusive erradicando-a, graças a vacina. 

Atualmente, crianças não sofrem mais com paralisia infantil e tudo isso se deve às vacinas. 

De fato, as vacinas contra coronavírus apresentam diferentes tecnologias. 

Vamos ver quais são: 

  1. 1 – Pfizer Biontech

A vacina da Pfizer junto com o laboratório Biontech foi a primeira vacina a ser aplicada em países europeus, como a Inglaterra, por exemplo. 

Ela utiliza uma tecnologia bastante inovadora, baseada no RNA do vírus e seu nível de eficácia, ou seja, o quanto ela é efetiva, é impressionante. 

A desvantagem é que ela necessita de armazenamento a -70ºC, o que torna sua aplicação no Brasil mais difícil. 

Mesmo assim, alguns laboratórios particulares demonstraram interesse nessa vacina, mas seu uso até a presente data ainda não foi aprovado no Brasil, nem para uso emergencial. 

É fato que o governo federal não demonstrou muito interesse na utilização dessa vacina no país. 

  1. 2 – Moderna 

Outra vacina que também utiliza a tecnologia do RNA viral e que já está sendo aplicada nos Estados Unidos e Canadá. 

Essa vacina utiliza armazenamento a -20ºC, o que também dificulta sua aplicação no Brasil. 

Ao contrário da vacina da Pfizer, não há nenhuma previsão da aplicação dessa vacina no país. 

  1. 3 – Oxford Astrazeneca 

Essa vacina utiliza um vírus diferente, mas que pertence ao mesmo grupo e que causa gripe em chimpanzés. 

Esse vírus foi geneticamente modificado e quando em contato com as células humanas, faz com que as células produzem uma proteína viral semelhante à encontrada no coronavírus. 

Dessa forma, o organismo consegue então estabelecer uma resposta imune ao vírus. 

De fato, a vacina da Oxford AstraZeneca foi submetida a testes com voluntários no país e tem a Fundação Oswaldo Cruz como parceiro para sua fabricação. 

É uma das apostas do governo Federal para a imunização da população. 

  1. 4 – Coronavac 

Essa é uma vacina que utiliza uma versão atenuada do próprio coronavírus, a tecnologia é bastante semelhante à utilizada para as vacinas de gripe. 

Essa vacina é feita em conjunto com o laboratório Sinovac, da China e o Instituto Butantã, em São Paulo. 

Em virtude de disputas políticas, o governo Federal não demonstrou interesse, ficando a cargo do governo Estadual de São Paulo o fechamento de acordo com a empresa. 

Sabe-se que a eficácia dessa vacina é menor do que a da vacina da Pfizer, mas isso já era esperado em virtude da tecnologia utilizada. 

De fato, vacinas que utilizam o vírus inativado, como é esse caso, costumam ter eficácia menor. 

Mas, nem por isso, essa é uma opção que deve ser desconsiderada, uma vez que nos dados preliminares nenhum voluntário que tomou a vacina teve sequelas ou desenvolveu a doença de forma grave. 

Ou seja, a aplicação em massa dessa vacina certamente aliviará o sistema público de saúde e é a que encontra-se mais adiantada para aplicação na população. 

  1. 5 – Outras vacinas 

Existem no mercado, ainda, outras vacinas contra o coronavírus. 

Uma delas, a Sputnik VR, produzida pela Rússia, já está sendo aplicada na Argentina, por exemplo, e é uma vacina aplicada no país russo. 

Existem também outras vacinas chinesas, como a produzida pelo laboratório Sinopharm, por exemplo, mas que não há planos para serem aplicadas no Brasil. 

  1. Como será a vacinação contra Covid-19 no Brasil? 

O Brasil é um dos países mais bem estruturados em termos de vacinação no mundo. 

Existe o Plano Nacional de Imunização, o qual estabelece o calendário de vacinação, grupos a serem vacinados, bem como os locais nos quais as vacinas são geralmente aplicadas. 

No caso da Covid-19, a princípio, o Ministério da Saúde não definiu uma data, mas o Governo do Estado de São Paulo indicou a data do dia 25 de Janeiro para início da vacinação, podendo esta data ser adiantada. 

Será utilizada a vacina Coronavac, que encontra-se em processo de aceitação pela ANVISA e que é a vacina que melhor se adequa à estrutura brasileira. 

Os primeiros grupos a serem vacinados serão profissionais da área de Saúde, indígenas e quilombolas. 

A vacinação ocorrerá, a princípio, em Unidades Básicas de Saúde, já utilizando a estrutura existente. 

A seguir, teremos pessoas acima de 75 anos (a partir de 8 de fevereiro), de 70 a 74 anos (a partir de 15 de fevereiro), 65 a 69 anos (a partir de 22 de fevereiro) e de 60 a 64 anos (a partir de 1 de março). 

A segunda dose da vacina deve ser aplicada 21 dias após a primeira. 

Agora, aguarda-se a resposta da ANVISA e como o Ministério da Saúde vai coordenar o processo de vacinação no Brasil. 

No entanto, enquanto a vacinação ainda não chega para toda a população, a melhor solução é se proteger, evitar aglomeração, seguir as recomendações dos órgãos responsáveis e se necessário, realizar o teste de covid, caso esteja apresentando sintomas. 



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