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Lucas Pelisari

Autor: Lucas Pelisari

Ação conscientiza sociedade sobre violência verbal contra mulheres

8/12/2020 - Sorocaba - SP



O aplicativo de idiomas Babbel, considerada uma das empresas mais inovadoras de educação, junto com o movimento  Me Too Brasil e o Instituto Maria da Penha, lançou a página “A violência começa em palavras”

 

O intuito da iniciativa é conscientizar a sociedade para um problema que muitos não enxergam:o poder da palavra em perpetuar machismo e misoginia. Embora a violência mais grave seja a física, pois pode resultar em feminicídio, ela costuma dar sinais antes. É raro alguém se tornar violento do dia para a noite. Geralmente  comportamentos nocivos dão sinais ao longo do tempo. 

 

Segundo o Instituto Maria da Penha, existem cinco violências contra a mulher: física, psicológica e moral (que envolvem o uso verbal), sexual e patrimonial (retenção ou subtração dos bens da mulher, incluindo dinheiro e documentos pessoais). 

 

Atualmente, o Brasil é o 5º entre 83 países onde mais se mata mulheres. Além de ser alarmante por si só, o dado revela ainda uma sociedade que não combateu os preconceitos de gênero. No país, diversos comportamento e falas são naturalizados, como se fossem verdadeiros. 



Por que a violência começa pela linguagem?

 

A violência começa pela linguagem, principalmente, porque já está está enraizada na cultura. Na época da Joana D’Arc, por exemplo, as mulheres que não seguiam as regras impostas eram chamadas de “bruxas”. Ainda hoje, a palavra tem uma conotação negativa. 

 

Outra palavra associada apenas às mulheres é “piriguete”, usada para se referir a quem se veste como quer, independentemente da opinião dos outros. Porém, isso é visto socialmente de forma negativa, já que a mulher passa a ser vista como vulgar e promíscua. 

 

Como essas palavras e muitas outras expressões são comuns, elas não costumam ser criticadas ou repensadas. No entanto, fazem parte de uma violência que muitas mulheres são submetidas. 

 

Além de ferir as mulheres, a violência verbal tem ainda o poder de disseminar uma visão distorcida com relação ao sexo feminino. Ela pode representar a mulher como uma posse dos homens, sem vontade própria e limitada a determinado comportamento. Dessa forma, quando ela foge a isso, há quem acredite que pode reprimi-la de algum jeito - em níveis mais graves, por meio da violência verbal e até física. 

 

Uma maneira de diminuir agressões contra mulheres é repensar a comunicação. Esse é o intuito da Babbel que, além dessa iniciativa, atua em outras frentes para diminuir o preconceito e promover uma sociedade mais igualitária. Este ano, a empresa também lançou o “Orientações para a inclusão linguística de pessoas trans”. 



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