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Lucas Pelisari

Autor: Lucas Pelisari

Como funciona a imunidade com a vacina da Covid-19?

30/11/2020 - Sorocaba - SP



Não apenas a vacina para a covid-19, que está em desenvolvimento, como as demais vacinas disponibilizadas até o momento, foram desenvolvidas com o mesmo processo. 

O corpo tem muitas maneiras de se defender de patógenos (organismos causadores de doenças). A pele, muco e cílios (pêlos microscópicos que movem os resíduos para longe dos pulmões) funcionam como barreiras físicas para evitar que os patógenos entrem no corpo. 

Quando um patógeno infecta o corpo, as defesas do nosso corpo, chamadas de sistema imunológico, são acionadas e o patógeno é atacado e destruído ou superado.

Como acontece a resposta natural do organismo à presença do vírus?

O agente patógeno é uma bactéria ou vírus que pode causar doenças em nosso organismo, cada um dos patógenos é composto por várias partes que são exclusivas daquele patógeno, e das doenças causadas por ele. 

A subparte desse patógeno causa a formação de anticorpos, que são conhecidas como antígenos, que são os anticorpos que são produzidos pelo organismo como uma resposta à presença do patógeno, eles são uma parte muito importante do sistema imunológico. 

Eles são as defesas do seu organismo para qualquer patógeno, e cada anticorpo é treinado para reconhecer um antígeno. Nosso organismo possui milhares de anticorpos.

Quando o nosso corpo é exposto à um antígeno que ele ainda não conhecia, ele leva um tempo para que o sistema imunológico possa responder, através da produção de anticorpos específicos daquele antígeno. 

Dessa forma, os anticorpos que foram produzidos pelo antígeno, trabalham em conjunto com o restante do sistema imunológico para destruir aquele patógeno, evitando que aquela doença continue agindo no organismo. 

Além disso, ele cria uma resposta mais rápida, caso seja exposto ao patógeno pela segunda vez, já que as células já possuem memória daquela patógeno, permitindo que os anticorpos sejam bombeados contra esse antígeno. 

 Como é a atuação das vacinas na criação de imunidade contra a covid-19?

Atualmente, os primeiros lotes da vacina chegaram ao Brasil, mas ainda não foi liberada para a população. No entanto, graças ao teste de Covid foi possivelmente identificar que uma parcela generosa da população já teve contato com o vírus. 

Porém, ainda existe uma parcela que não teve contato, o que torna um número alarmante e preocupante, já que estamos em um momento de elevação da taxa de contaminação nacional. 

As vacinas possuem partes mais fracas ou inativas do antígeno, que é o microrganismo causador da resposta imunológica no corpo.

Todavia, as vacinas que foram criadas recentemente, como a da covid-19 contêm um esquema de produção desses antígenos, ao invés do próprio antígeno. 

O mais importante, é que mesmo a versão original do antígeno ou o projeto do antígeno, não causará a doença nas pessoas que estarão recebendo as vacinas. 

Elas têm o propósito de estimular a produção dos anticorpos necessários para que o sistema imunológico possa responder contra o patógeno. 

Existem vacinas que necessitam de doses múltiplas, que podem ser administradas em semanas ou meses, entre a aplicação de uma dose e outra. 

Esse processo torna-se necessário para permitir que os anticorpos produzidos sejam de longa duração, desenvolvendo as células de memória.

Dessa maneira, os anticorpos são treinados para combater o causador da doença, expulsando rapidamente do organismo sempre que exposto no futuro. 

O que é imunidade de rebanho?

 O termo “Imunidade de rebanho”, também conhecida como “imunidade populacional”, é um conceito usado para vacinação, em que uma população pode ser protegida de um determinado vírus se um limiar de vacinação for atingido.

A imunidade do rebanho é obtida protegendo as pessoas de um vírus, não expondo-as a ele.

As vacinas treinam nosso sistema imunológico para criar proteínas que lutam contra doenças, conhecidas como 'anticorpos', assim como aconteceria quando somos expostos a uma doença, mas - o que é crucial - as vacinas funcionam sem nos deixar doentes. 

As pessoas vacinadas ficam protegidas de pegar a doença em questão e transmiti-la, rompendo as cadeias de transmissão. Visite nossa página da web sobre COVID-19 e vacinas para obter mais detalhes.

Com a imunidade de rebanho, a grande maioria da população é vacinada, reduzindo a quantidade geral de vírus capaz de se espalhar por toda a população. 

Como resultado, nem todas as pessoas precisam ser vacinadas para serem protegidas, o que ajuda a garantir que grupos vulneráveis ​​que não podem ser vacinados sejam mantidos em segurança.

Alcançar a imunidade coletiva com vacinas seguras e eficazes torna as doenças mais raras e salva vidas.

O que sabemos sobre a imunidade do COVID-19?

A maioria das pessoas infectadas com COVID-19 desenvolve uma resposta imunológica nas primeiras semanas após a infecção. Para saber se foi infectado pela COVID-19, é importante realizar o Teste Coronavírus para atestar a infecção e verificar o melhor tratamento. 

A pesquisa ainda está em andamento sobre o quão forte é essa proteção e por quanto tempo ela dura. A OMS também está investigando se a força e a duração da resposta imune dependem do tipo de infecção que a pessoa tem: sem sintomas (assintomático), leve ou grave. 

Mesmo as pessoas sem sintomas parecem desenvolver uma resposta imunológica. Globalmente, dados de estudos de soroprevalência sugerem que menos de 10% dos estudados foram infectados, o que significa que a grande maioria da população mundial permanece suscetível a este vírus.

Para outros Coronavírus - como o resfriado comum, SARS-CoV-1 e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) - a imunidade diminui com o tempo, como é o caso de outras doenças. 

Embora as pessoas infectadas com o vírus SARS-CoV-2 desenvolvam anticorpos e imunidade, ainda não sabemos quanto tempo isso dura.

 

 

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