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Lucas Pelisari

Autor: Lucas Pelisari

Número de motoboys tem aumento durante pandemia em São Paulo

13/11/2020 - Sorocaba - SP

A pandemia do novo coronavírus causou desemprego em grandes números no Brasil. Foram 700 mil empresas fechadas e um mercado de trabalho com mais gente informal do que formalizada.

No entanto, uma área da economia tem aumentado o número de profissionais: os motoboys. Pelo menos na Grande São Paulo, o número de motoboys já aumentou em 20% desde o início da pandemia, com previsão para aumentar ainda mais.

Muitas são as razões que explicam esse aumento de demanda de motoboys nos principais centros urbanos do país. Uma das razões está no fato de que houve um aumento de demanda por entregas pelo país.

Para começar, as empresas que mantiveram seu funcionamento continuaram trabalhando normalmente. Isso significa que suas necessidades de entregar documentos para fornecedores, parceiros ou órgãos do governo. Como é arriscado sair de casa e a maioria das pessoas está em home office, não há quem faça esse trabalho.

Por isso, empresas como a Império Express passaram a assumir essa vertente do mercado, contratando novos entregadores para poder levar os documentos para as empresas contratantes. E essa demanda não se resume a documentos, mas muitas empresas passaram a vender por delivery com a pandemia, o que aumentou a necessidade por entregas rápidas, especialmente em grandes centros urbanos. Os motoboys também passaram a fazer esse tipo de serviço, quando o produto cabe no seu baú claro.

Mas não são apenas as empresas que estão contratando mais motoboys. O público consumidor final também, ainda que seja via aplicativos de delivery.

Com a pandemia, as pessoas estão mais tempo em casa para evitar a contaminação. Portanto, elas ficam menos tempo em espaços como restaurantes, supermercados, farmácias e outros.

No entanto, elas continuam com a necessidade que tinham desses lugares. Por exemplo, ainda é necessário comprar comida no supermercado, ainda é preciso comprar remédio na farmácia e as pessoas ainda querem comer em supermercados.

A solução para isso são os aplicativos de delivery, que dobraram de faturamento no primeiro semestre de 2020. Muitos aplicativos, como Rappi ou iFood, entregam todos esses itens para os consumidores, como compras de mercado, remédios de farmácias e pratos de restaurantes.

Com o aumento de demanda nesses aplicativos, é normal que seja necessário mais entregadores para dar conta desses pedidos extras. Dessa forma, mais pessoas foram direcionadas para o mercado de entregas por causa da demanda significativa que há por lá.

Além disso, existe o já citado caso do desemprego. A situação atingiu níveis muito complicados nos últimos tempos, muito por causa da pandemia do novo coronavírus. Como mencionado, 700 mil empresas tiveram de fechar as portas e o desemprego chegou ao recorde de 14,4% no fim de agosto.

Sem emprego, muitas pessoas tiveram de depender do auxílio emergencial para poder passar pelo período, mas mesmo assim a situação foi complicada. Para começo de conversa, o auxílio emergencial já reduziu seu valor pela metade e se encerrará em dezembro. Além disso, nem todas as pessoas tiveram acesso ao dinheiro, muito por causa do período em que foram demitidas e a incompatibilidade com o prazo para o pedido do benefício.

Isso sem falar no fato de que o auxílio emergencial não é de um valor o suficiente para uma família, por exemplo. Por isso, muitos trabalhadores foram direcionados para atividades informais. Considerando que a demanda por entregadores é altíssima e que é fácil entrar na área (basta fazer um curso de 30 horas e ter uma carteira para dirigir moto há 2 anos), muitas pessoas foram direcionadas para esse segmento do mercado.

O grande risco da situação é que mais pessoas podem se acidentar, já que os motoboys correspondem a maioria dos acidentes no trânsito. Por isso, é importante que haja cuidado com eles para garantir a viabilidade da profissão dessas pessoas.

 

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