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Leandro Melero

Autor: Leandro Melero

Ergonomia também faz parte da Segurança do Trabalho!

22/7/2019 - Sorocaba - SP

Por: Leandro Melero

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Ergonomia vem do grego: Ergon [trabalho] e nomos [normas, regras, leis]. O termo ganhou relevância no século passado devido a industrialização. Também ganhou destaque a partir da segunda guerra mundial, no desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para máquinas, armas e processos organizacionais bélicos.

No final do conflito, o engenheiro inglês K.F.H. Murrel começou dar a ergonomia um rumo mais nobre, criando a primeira associação nacional de Ergonomia, a Ergonomic Research Society. Foi a partir daí que a Ergonomia se desenvolveu em outros países, estabelecendo-se definitivamente como disciplina de estudo em diversas aplicações, inclusive no mundo do trabalho.

Conforme indica as normas trabalhistas, a Ergonomia procura estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho para os trabalhadores. Assim, podemos estabelecer três pilares para classificações ergonômicas:

* Ergonomia física | Relacionada com às características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica . Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esqueleticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde.

* Ergonomia cognitiva | Processos mentais, tais como: percepção, memória, raciocínio e resposta motora, conforme as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress e treinamento, sempre em processos envolvendo seres humanos e sistemas.

* Ergonomia organizacional | Otimização dos sistemas sócio técnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações (CRM - domínio aeronáutico), projeto de trabalho, organização cronológica do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, tele-trabalho e gestão da qualidade.

Os estudos ergonômicos podem parecer um problema para as empresas, pois além da disponibilidade financeira para realiza-los, as avaliações necessitam de detalhes minuciosos dos processos. No entanto, muitos são os benefícios quando aplicamos efetivamente as medidas de controle para os trabalhadores. Por exemplo:

Redução do número de afastamentos e ausências: Como já exposto, a ergonomia reduz o número de afastamentos por problemas de saúde e acidentes de trabalho, uma vez que é responsável pela saúde e bem estar dos funcionários.

Diminuição de desperdício: A garantia de saúde e bem estar durante o trabalho proporcionados pelas técnicas ergonômicas favorecem na diminuição do desperdício de matéria prima e demais materiais utilizados na empresa.

O ambiente laboral saudável assegura trabalhadores motivados e atentos com a tarefa exercida. Melhoria na qualidade de vida: Investir em ergonomia é investir na qualidade de vida das pessoas, uma vez que, através de exercícios e métodos, há a diminuição no número de acidentes de trabalho e ausências por afastamentos.

Valorização profissional: Os benefícios acarretados pela ergonomia proporcionam o sentimento de valorização profissional por parte dos colaboradores. Quando as pessoas recebem suporte para exercerem suas funções, existe o sentimento de reconhecimento que influencia em sua permanência na empresa.

Produtividade: Com a redução no número de ausências, as entregas dos clientes são feitas dentro do prazo estipulado. O cliente satisfeito resulta em mais pedidos e oportunidades de produção para a empresa.

Legislação: Cumprimento da legislação, reduzindo passivos trabalhistas com autuações do governo (multas), proporcionando a empresa uma boa imagem junto a seus funcionários e para a sociedade.

Outra questão interessante são as variadas ferramentas dentro dos postulados técnicos para avaliações ergonômicas. A AET, Análise Ergonômica do Trabalho, é a mais utilizada entre os profissionais por estar prevista na lei.

Segundo a legislação brasileira (Norma Regulamentadora 17), para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a Análise Ergonômica do Trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho.

As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos, às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. A AET resume-se em um estudo detalhado dos postos de trabalho a fim de detectar riscos ocupacionais ergonomicos, fornecendo subsídios e soluções ergonômicas para as empresas, adequando-a à legislação.

Com todas essas informações podemos dizer que a Ergonomia tem tudo a ver com a Segurança do Trabalho, visto que alem de viabilizar um grupo de conhecimentos científicos voltados ao conforto e produtividade, estabelece fatores primordiais de saúde aos trabalhadores.

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